Ações de impacto, para a mídia ver e se entreter, ou baboseiras sonháticas, igualmente distribuídas para consumo, não colam mais.
O povo da Banânia está calejado.
Ao abrir a boca, a autoridade, o jornalista, o formador de opinião, o político, têm de pensar muito, mas muito mesmo, na repercussão de suas palavras, porque do contrário, no outro dia, mais tardar, irá engrossar a fila dos desempregados, ou dos excomungados pela sociedade que já não engole asneiras, como dantes.
Porque já não está mais tudo como dantes.
Duvido muito de pesquisas em que aparecem como virtualmente eleitos representantes de um Brasil velho, parado no tempo, em que o povo dizia amém a disparates de toda sorte, sem sequer esboçar qualquer crítica.
Hoje, atuações abaixo da crítica viram piadas instantâneas. Viralizaram.
Em qualquer rincão deste colosso.
É porque este povo faz, como sempre fez, piada de tudo, sem dúvida, mas hoje, há um componente novo: o deboche.
Porque a informação circula como nunca, as pessoas expõem seus pontos de vista como nunca, criam teses, e firmam posições.
Em qualquer rincão; no restaurante sofisticado, ou no boteco da esquina, há pessoas discutindo embargos declaratórios, duplo grau de jurisdição.
O país pobre, em que se dá “jeito” em qualquer coisa, e que por estas características foi engolfado pela criminalidade organizada, ensaia sua redenção.
E será pelo voto. Quem diria.
É que existe aqui, ainda, e insuspeitadamente, pela mídia fantasista - e que se mantém com dinheiro igualmente fantástico -, uma classe média trabalhadora e ordeira, centrada, conservadora e com os pés no chão, que não vai deixar o caos se instalar definitivamente.
Já deu para o balão de ensaio. Nunca mais.
Isto aqui nunca será uma Venezuela. Por mais que tentem.
Mesmo tendo transformado a educação - e a cultura -, de toda uma nação em piada internacional, as forças políticas responsáveis por este caos, encontraram já o seu epitáfio.
Sabemos todos disto.
E do além não retornarão.
Aos que ainda restam, cabe prestar muita, mas muita atenção mesmo, em cada gesto, cada palavra.
Não serão perdoados.