Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal – alessio.canonice@bol.com.br
Não se constitui em surpresa para milhões a intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, já que desde há muito e muito tempo vem se tornando insustentável a situação de uma cidade em certas ocasiões, principalmente abandonada pelos governantes, muito ao contrário do que está vigilante pela administração, tanto em nível estadual como municipal.
O presidente Michel Temer achou por bem tomar uma decisão inédita em seu governo, que foi a decretação da intervenção, já colocada em prática com a força do exército em direção ao Rio de Janeiro, tendo em vista a ausência do prefeito Marcelo Crivella em passeio pela Europa com sua comitiva em um momento dos mais difíceis pelos quais está passando a cidade maravilhosa.
Quanto ao governador Pezão, ao contrário do prefeito, com um comportamento melhor, mas descansando em seu recanto sem o incentivo de uma iniciativa que possa contemporizar os efeitos das enchentes, muitos perdendo tudo o que tinha sem um movimento em caráter de urgência para minimizar a situação dos desabrigados.
A violência, um dos pontos mais cruciantes e que já atingiu o patamar máximo, Temer, pela iniciativa que tomou, tudo indica que os problemas mais graves parecem mudar para melhor e a violência tendo maior controle e contenção, para que a cidade tenha o mínimo de tranquilidade, apesar de que é uma missão das mais árduas enfrentar desafios de toda a natureza.
Utilizar as Forças Armadas em uma operação das mais intensivas para enfrentar o crime organizado representa uma das tarefas mais arriscadas, com todo poderio de armamento de que dispõem, não há uma previsão se os efeitos irão se tornar o ponto ideal para eliminação dos tráficos e da organização por parte dos traficantes e que desde há muito vem sendo um desafio às autoridades.
Na eventualidade de extinção da violência ou redução, o presidente da República poderá incrementar sua imagem perante o eleitorado, porém, não é o suficiente para uma possível candidatura à reeleição, tendo em vista as denúncias a que foi submetido, principalmente por parte dos dirigentes da JBS, embora a ferida tenha cecado, mas a cicatriz poderá fazer com que voltem à tona tais denúncias comprometedoras.
O governador Pezão não teve outra alternativa senão aceitar a intervenção, já que não dispõe de recursos suficientes para a segurança e, assim sendo, deverá acompanhar a iniciativa das Forças Armadas em prol das necessidades urgentes, onde o Rio de Janeiro, pela primeira vez, sentiu-se órfão em matéria de recursos suficientes que possam dar respaldo às calamidades que surgiram, que se constituem em violência e em outras situações envolventes no âmbito geral da gravidade carioca.
O sociólogo Renato Sérgio de Lima, presidente do Forum Brasileiro de Segurança Pública, disse que a intervenção Federal poderá surtir os primeiros efeitos, porém, de uma forma paliativa, tentando de todas as formas neutralizar o crime organizado, mas pode demandar algum tempo, porque os hábitos não desaparecem do dia para noite e muito menos de um mês para outro, seguidos da situação enfrentada diariamente.
Entendemos a necessidade de um planejamento sólido e eficaz, com articulação entre os poderes públicos e força de segurança, porque dificilmente conseguirão eliminar este terrível mal sem esta união, porque os criminosos conhecem profundamente os meios em que atuam, em que vivem e não cederão, bem como não darão tréguas a esse hábito do crime que vem sendo praticado ao longo dos anos.
É bem provável que o prefeito do Rio venha a encontrar dificuldade para exercer sua função, porque as alterações ao ritmo do andamento da administração serão mais que certas, já que o poder das Forças Armadas é soberano, assim como o Poder Judiciário. Nesse caso, nada melhor que uma sintonia de forças constituídas entre os dois poderes, Judiciário e Executivo, para pôr em prática a solução mais adequada para o Rio de Janeiro.