A Rede Panapanã de Mulheres do Noroeste Paulista, coletivo feminista comprometido com a defesa dos Direitos Humanos, se soma a toda sociedade brasileira e vem a público manifestar seu repúdio à execução de Marielle Franco, 38 anos, vereadora do PSol (RJ), mulher negra, de origem simples, nascida e criada no Complexo da Maré - conjunto de 16 favelas, na zona norte carioca.
Marielle militou desde cedo na defesa dos Direitos Humanos. Era mãe, lésbica, formada em Sociologia e mestra em Administração Pública pela federal fluminense. Foi a 5ª vereadora mais votada durante as eleições de 2016. Sua prática política era firme, combativa e associada às necessidades das mulheres das favelas, realizando denúncias constantes contra a violência policial que essas populações menos favorecidas são submetidas e que, em sua grande maioria, é composta por afrodescendentes.
Até então, a vereadora carioca coordenava a Comissão de Direitos das Mulheres e era relatora da Comissão de Acompanhamento da Intervenção Federal da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, sendo portadora de inúmeras denúncias dos desmandos do 41º Batalhão da PM da região do Acari, inclusive essa foi a última manifestação feita por ela, no dia anterior de sua execução.
Marielle carregava em si toda a representação do que é a vulnerabilidade gerada pela violência e transformou esta condição em força e luta para a construção de uma sociedade justa, sem discriminação por gênero, raça, classe social ou orientação sexual e, sobretudo, contra qualquer tipo de violência, principalmente exercida pelo Estado.