Com Michel Temer no jogo das pré-candidaturas, o centro político brasileiro chega a um total de 5 candidatos: Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, Rodrigo Maia, Álvaro Dias e o próprio Temer.
Duas constatações: o centro está com candidatos em excesso e, provavelmente, todas essas candidaturas não resistirão até a campanha eleitoral.
Como temos uma longa pré-campanha, é o momento certo para surgir pré-candidaturas. Porém, nos próximos três ou quatro meses, algumas dessas candidaturas podem desaparecer.
Rodrigo Maia, apesar do discurso sólido, enfrenta algum desconforto. Precisa, para se consolidar como candidato, ampliar a sua coalizão de apoio e sair do nada nas pesquisas.
Michel Temer quer ser candidato para defender seu legado e tentar surfar em uma potencial onda de crescimento de sua popularidade. Parece improvável, mas não impossível.
Até mesmo pelo fato de que o governo não conseguiu acertar a mão em sua estratégia de comunicação. Não conseguiu transformar sua agenda de reformas e a recuperação da economia em popularidade. Será que conseguirá faze-lo com a intervenção federal no Rio de Janeiro?
Álvaro Dias é o azarão do centro. Surpreendeu em pular do nada para 3,3% na última pesquisa do CNT/MDA. Entretanto, carece, de estrutura partidária para alavancar voos maiores.
No final das contas, causa certo espanto o fato de que nem o PSDB nem o MDB conseguem pontificar um entendimento para organizar o centro. Atuam em campos distintos e abriram espaço para a candidatura do DEM.
Geraldo Alckmin sabe que algumas das candidaturas do centro não vão resistir. Dos cinco nomes ventilados, Temer e Meirelles disputam o mesmo lugar. Dificilmente, Meirelles concorre contra Temer.
Para centro político do país, surge o fantasma das eleições da prefeitura do Rio de Janeiro onde três candidatos de centro disputaram entre si e não conseguiram chegar ao segundo turno.
Como a história se repete como uma farsa, pode ser que não ocorra o mesmo fenômeno. Porém, alguém tem que “desembolar” o centro e o tempo está passando.