Dissecando Tchaikovsky.
Conheci uma Odete uma vez. Esperava um príncipe encantado que a livrasse do stress de ter que dar conta de sua própria vida. Sozinha.
A bem da verdade existem ainda mulheres-cisne, como a de Tchaikovsky por aí. Ainda.
Um certo número que não se garante emocionalmente. Acham que precisam de arrimo e saem na captura. No encalço. O que, regra de regra, não dá em nada além de dor e cabeça e perda de tempo.
Francamente. A está altura do campeonato? Realy?
Realy.
Mas é porque são mulheres apenas pela metade.
Exatamente como a heroína-vítima-mané de Tchaikovsky.
Aprenderam assim: que são metades. Não veem no outro um acréscimo, mas um complemento.
E é.realmente engraçado como a sociedade elegeu o par - os pares -, para se estabelecer, se sustentar - até aqui, pelo menos -, e como compramos essa estória sem pestanejar. O pobre coitado do único, do avulso, nunca teve vez. Vez ou outra, talvez.
Mas a realidade da coisa toda, tirada a bobajada de séculos de embromação machista (estórias encantadas, e cisnes, e o raio que o parta), é que as mulheres foram geneticamente projetadas para sustentar o mundo - todo. Com, ou sem príncipe, e, inclusive, com ou sem lago, também.
E hoje me parece deûnitivo que se torna cada vez mais claro que o stress de carregar um cisne dentro de si, o dia inteiro, não compensa. Pesa muito. Sem falar na perda de tempo.
O negócio é soltar o cisne.
Acabou a encenação.
Talvez alguém na primeira ûla ainda acredite nesse teatro todo, mas não creio seriamente nisto.
Os véus vem sendo todos tirados, um a um, e não vai sobrar nenhuma odalisca pra contar a estória. Qualquer estória.
Acabaram-se as mil e uma noites.
Adentramos um século de verdades escancaradas. Ditas já no primeiro ato.
E é deûnitivo que seja assim: temos mais o que fazer: trabalhar, produzir, crescer, pensar.
Viver a vida como ela realmente é. A vida fustiga, impele. A vida não para; a natureza não cede.
E mulheres são forças da natureza, antes de tudo. Acabaram-se as meias-palavras, as quedas de braço. O jogo agora é outro. De altíssimo nível.
Não há mais lágrimas e nem desespero porque estragou o esmalte.
Agora, o melhor de tudo é poder se livrar dessas saias de tule cor-de-rosa, que coisa cafona, meu Deus!