A Humanidade vive período crítico de falta de humanismo. Tudo gera insatisfação, ressentimento e ira. A experiência de dois anos na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo propiciou esse contato com inúmeras situações inimagináveis. Enquanto servidores vocacionados cumprem a indeclinável missão de educar, há quem poderia auxiliar na tarefa que é dever de todos, não apenas do governo, mas prefere a estridência, a falta de sensatez e, quase sempre, do mínimo de polidez.
Quanto ganharia esse indeclinável projeto de prover a Nação gerações mais preparadas se os irados procurassem auxiliar, aliar-se a quem se sacrifica, em lugar de estridência, histrionismo, verbalização agressiva e procura de holofotes que em nada auxiliam a resolução dos problemas. Estes existem, é óbvio. Estrutura gigantesca recebe praticamente um terço do orçamento do maior Estado da Federação. Mas é impossível obter o princípio “eficiência”, incluído dentre os fundamentais à Administração Pública, se o Estado é considerado um território perigoso, mas provido de infinitos recursos.
A aproximação da família, para ajudar e não apenas para criticar, faz a diferença. Encontro em algumas escolas bem dirigidas, com diretoras e diretores idealistas, entusiastas e até heroicos, equipes de mães voluntárias. De pais que participam ativamente da Associação de Pais e Mestres. De colegiados protagonistas, a começar do Grêmio Estudantil, do Conselho Escolar e de outras fórmulas criativas resultantes de experiências levadas a efeito com amor.
A Escola Pública precisa de carinho. Ingrediente poderoso para vencer os obstáculos e superar as intempéries de toda ordem. Ainda bem que existem unidades escolares como a Escola Estadual Professora Vaniolê Dionysio Marques Pavan, de Araçatuba. A equipe gestora promove permanente trabalho de envolvimento do alunado e da comunidade com o estabelecimento. Desenvolve projetos de dança, de arte, o programa Gestores da Paz, movimenta as oficinas do Programa Mais Educação, como o Projeto de Vida, Promoção da Saúde, acompanhamento pedagógico, realiza a Semana das Profissões. Leva os alunos a visitar o Asilo “São Vicente”, chama a família a participar de iniciativas como “Só o Amor Constrói”, previne o uso de drogas, realiza saraus de poesias nas salas de leitura, implementa rodas de mediação restaurativa. Destaca os alunos que merecem, faz bonito nos jogos escolares e não deixa de continuar a investir na Escola da Família.
Há muita coisa boa acontecendo na Rede Pública da Educação Paulista. A despeito de parcela da mídia espontânea, aquela ávida por generalizar, demolir, desconstruir e detonar. Mas fiquem tranquilos pais e sociedade, sempre chamados a participar mais. Há um universo de gente idealista, vocacionada e bem intencionada na gigantesca Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.