Quem trabalha, estuda, produz enfim, não tem tempo pra baderna, pra circo.
O trabalhador, o verdadeiro trabalhador, cumpre com suas obrigações, vai pra casa e cuida de sua família. Este é o script, há milênios, da classe média que sustenta o mundo.
A classe média vai às ruas, quando confrontada em seus valores essenciais, quando aviltada; vai às ruas na defesa de seu modo de vida, há milênios, o mesmo; trabalho, família, propriedade.
A história demonstra que por mais que o mundo dê voltas, volta-se sempre, ao ponto de equilíbrio: trabalho, família, propriedade. Sem esse tripé, não há sociedade que se aguente; não há sociedade humana possível.
Fechando os olhos à realidade, gente que se recusa a enxergar, fanáticos em geral (em geral, pelo dinheiro fácil), aparecem vez ou outra, na defesa de utopias - em pleno século XXI! -, como se a quase totalidade das pessoas não tivesse acesso ao whatsapp, não soubesse o que se passa no mundo. Encastelam-se em ilusões, mitos, projetos de poder, alucinações mil, sem se darem conta de seu absoluto ridículo.
O tempo passa, e há viúvas de histórias passadas que escandalosamente se recusam a ver: a mudança, que é intrínseca, inerente, a todas as coisas, e que leva sempre e inexoravelmente ao mesmo ponto: trabalho, família, propriedade. O exato ponto em que o indivíduo encontra seu amparo, sua tranquilidade.
Nesta altura do mundo, da história que vivemos, pretender extrair intento político da afronta à tranquilidade, ao amparo, de quem sustenta o status quo, não é apenas um erro crasso, é a mais clara demonstração de desconcerto psíquico.
Hoje, toda e qualquer gritaria que não leve necessariamente à defesa do trabalho, da família e da propriedade, é clamar no deserto, uma causa vã, e é, deveras, surpreendentemente incrível, a esta altura do jogo, que alguns não se deem conta disso e persistam em ações claramente suicidas.
O tempo das ilusões já passou. Todas as ilusões, por todo o tempo.
E não há demérito algum na mudança de rota, na mudança de diretriz: demérito há na ação suicida, que fecha os olhos às múltiplas opções à defesa inteligente do trabalho, da família, da propriedade.
Manobrar massas está se tornando tarefa difícil nos dias que correm.
Encontrar gente disponível, com tempo livre, e disposta a passar o ridículo da defesa do indefensável, está se tornando cada vez mais caro.
Quando um tempo, uma era, uma história ou uma estória acaba, ela acaba mesmo.
E inclusive acaba o dinheiro para as carpideiras.