Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a)! Últimos dias de janeiro, já finalizamos o primeiro mês do ano de 2023 e a pergunta é: o que você fez até agora, para que sua vida seja melhor do que foi no passado? Se você não fez absolutamente nada de diferente, temos uma má notícia: você está perdendo a única coisa irrecuperável que tem – seu tempo. Tempo perdido é só tempo perdido, e não dá para esperar resultados diferentes se você continua fazendo tudo igual. Por isso, no artigo desta semana, queremos conversar um pouco sobre comportamento e o que você pode fazer para sair dessa inércia.
Você precisa entender que não existe livre arbítrio: seu cérebro funciona reagindo ao que acontece no ambiente. Quanto mais o contexto que você vive priorizar dívidas, alimentação ruim, estilo de vida ruim, vai ser quase impossível mudar alguma coisa na sua realidade. Temos uma quantidade finita de energia e atenção para gastar diariamente, por isso é tão difícil resistir. E o que isso significa? Que o primeiro passo para ter uma vida melhor – seja porque quer guardar mais dinheiro, se alimentar melhor, fazer atividade física, estudar mais etc. – é mapear quais estímulos te levam a cada comportamento, diariamente. Como assim?
Estímulos são “sinais” que recebemos o tempo todo: normalmente, eles ocorrem por meio dos 5 sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição. Quer um exemplo bem simples para entender? O semáforo é um desses estímulos: no vermelho, você deveria parar; no amarelo, reduzir a velocidade e no verde, cruzar a rua. Sua visão detectou esse “sinal” e você executou um comportamento. Se você é adulto, a maioria dos seus comportamentos já estão armazenados para serem usados no automático: nosso cérebro odeia gastar energia e sempre recorre a ações que você não precisa pensar muito, apenar executar. É por isso que é tão difícil cuidar melhor das suas finanças, da sua saúde, dos seus relacionamentos, etc. Você acaba cometendo erros que, até sabe que não deveria, mas já está no automático e, quando vê, “já foi”.
É por isso que, mesmo sabendo que você deveria gastar menos do que ganha, é tão difícil na prática! Você já parou para pensar quantos estímulos recebe, todos os dias, que te levam a comprar? São milhares de influencers, propagandas, outdoors, redes sociais, notificações de aplicativos, isso sem contar sua própria rotina: comprar itens em conveniência todas as vezes que abastece o carro, sempre pedir uma comida extra por aplicativo, comprar aquele pãozinho para ajudar aquela pessoa que vende no trabalho; sair de um dia cansado e extressado e passar no shopping. Sem contar os gastos por compensação, que são aqueles que você faz para compensar problemas e falta de prazer na sua vida!
O primeiro passo de quem quer mudar seus resultados financeiros é mapear todos esses estímulos e alterá-los na sua rotina. Se a notificação do aplicativo te leva a comprar uma besteira ou pedir comida à toa, exclua. Se aquele posto de gasolina, naquele lugar, te faz gastar mais do que o do combustível, mude de posto. Se aquele influencer que você gosta te leva a querer comprar um monte, restrinja o acesso a essa pessoa. Você (seu cérebro) é menos forte do que pensa e, enquanto tentar lutar todos os dias com esse tipo de motivação, vai ser quase impossível ganhar! Quanto do seu consumo diário está “no automático”? Quanto você gasta sem nem perceber que está gastando? Se o marcador de energia elétrica ficasse no banheiro, te mostrando o gasto em tempo real, você tomaria banhos mais rápidos?
Gastar dinheiro com coisas desnecessárias faz com que falte dinheiro para o que é importante para você! E esse caminho da frustração te leva a ser cada vez mais escravo do seu consumo. SÓ VOCÊ pode mudar isso! Comece trocando os estímulos! Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).