Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a)! Estamos, semana a semana, discutindo um pouco sobre os motivos e os estímulos que te levam a comprar. E por que é tão importante conhecer todas essas possibilidades? Pense da seguinte forma: quando está dirigindo, você só consegue desviar de um buraco se tiver consciência de que ele existe. Com nosso dinheiro, é a mesma coisa: só conseguimos ser mais estratégicos e tomar melhores decisões se conhecemos nossas limitações e o que nos leva a gastar dinheiro de forma inapropriada. Por isso, para fechar esse assunto, vamos falar dos gastos por hábito – e nós poderíamos apostar que você tem várias despesas nessa categoria.
Hábitos são aqueles comportamentos que você faz no automático, sem pensar. Por exemplo: escovar os dentes, tomar banho, lavar a louça...isso tudo é tão automático que você consegue, inclusive, levar sua atenção para outro lugar – ouve música, imagina coisas, pensa em soluções. Você não precisa ficar pensando em qual dente vai escovar agora ou qual parte do corpo vai lavar: simplesmente faz, sem pensar. Não existe nenhum esforço cognitivo envolvido quando você está praticando seus hábitos. O problema é que nosso cérebro também automatiza a compra.
Pare para pensar o quanto de itens você compra no supermercado, sem questionar, porque sempre comprou aquele produto daquela marca específica. Quantos gastos do seu dia a dia ocorrem apenas pelo hábito de comprar? Quantos serviços de assinatura você paga e não usa (e nunca se lembra de cancelar)? É habitual para você, sempre que abastece o carro, comprar alguma “coisinha” na conveniência? É habitual, para você, comprar sempre no mesmo lugar, sem nunca procurar outras opções com melhor custo benefício? Quais compras você só faz, sem pensar? Se, quando estivesse tomando banho, você tivesse um marcador te mostrando a quantidade de energia e água sendo gastos, você seria mais estratégico? Você mudaria a duração do seu banho?
Nosso cérebro já gasta energia demais nos mantendo vivos: ele vai pegar o máximo possível de atalhos para todas as outras compras. Ele vai tentar, ao máximo, economizar energia. Ele automatiza até o que não deveria: dirigir, por exemplo. Existe uma parte que precisa estar no automático: pisar nos pedais, dar seta, mudar o câmbio. Mas, nosso lado atencional jamais deveria estar no automático: ao parar em uma esquina, precisamos ter atenção para não causar um acidente. Ao passar próximo de uma escola, precisamos reduzir a velocidade. Grande parte dos acidentes ocorrem por falta de atenção, por “excesso do automático”. Quantas vezes você dirigiu, mas nem se lembra como chegou ao trabalho? Quantas vezes nem reparou no que estava acontecendo ao seu redor?
É exatamente o que acontece com as compras por hábito: você compra sem perceber. E então, vive com aquela sensação de que você nunca gasta com nada, só vive o básico da vida e, mesmo assim, nunca sobra dinheiro. Entra ano, sai ano, parece que você está sempre no mesmo lugar. Racionalize! Saia do automático: questione! Use listas para ir ao supermercado, faça pesquisa de preço, perceba o que você compra e quando compra. Cancele as assinaturas que não são utilizadas. Sair do automático é sobre ser intencional: é sobre questionar suas compras.
Esse é o maior desafio da vida: ser intencional. Algumas pessoas vivem a vida toda sendo levadas ao acaso, sem assumir nenhum controle de suas ações: passam a vida repetindo comportamentos, pesamentos e emoções. Passam a vida no automático. Não se permita viver assim: ouse ser intencional! Seu bolso agradece! Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).