O reconhecimento precoce, assim como as terapias comportamentais, educacional e familiar podem reduzir os sintomas, além de oferecer um pilar de apoio ao desenvolvimento e à aprendizagem
Giselli Melegati Fonoaudióloga Esp. Em ABA - Analise do Comportamento Aplicada e Rosemary de Souza Morais Psicóloga Clinica Esp. Psicologia da Saúde, Psicopedagoga, Psicoterapeuta ABA
O Dia Mundial do Autismo é celebrado anualmente em 2 de abril, criado pela Organização das Nações Unidas em 18 de dezembro de 2007 para a conscientização acerca da questão. O alcance e a gravidade dos sintomas podem variar amplamente. Os sintomas mais comuns incluem dificuldade de comunicação, dificuldade com interações sociais, interesses obsessivos e comportamentos repetitivos. O reconhecimento precoce, assim como as terapias comportamentais, educacional e familiar podem reduzir os sintomas, além de oferecer um pilar de apoio ao desenvolvimento e à aprendizagem.
O Autismo é um Transtorno do Neurodesenvolvimento e manifestada antes dos três anos de idade, apresentando atrasos na comunicação, na linguagem e na interação social. Além da contribuição da escola, dos profissionais especializados em diagnosticar e tratar o autismo, os pais têm um papel muito importante na evolução da aprendizagem dos autistas. Pais de autistas veem desde cedo alterações ou ausências de comportamento em seus filhos que nenhum profissional enxergaria em poucos minutos de contato. A afetividade, dessa forma, é um importante fator que auxilia o processo de aprendizagem. E não há pessoas mais capacitadas para colocar em prática a afetividade do que os próprios pais. No caso dos autistas, principalmente, o que realmente importa é a execução da atividade, tornar a criança capaz de, conquistar a total ou parcial independência. No processo de aprender, variáveis afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar. Direcionando o aprendizado, os pais estão, simultaneamente, passando segurança aos filhos, possibilitando o sucesso na aquisição de significado, de autonomia e de capacidade de aprender ainda mais. Tanto a inteligência quanto a afetividade são mecanismos de adaptação, permitindo ao indivíduo construir noções sobre os objetivos, as pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e valores. A criança, ao nascer, procura interagir com os adultos ao seu redor. No ato de sobrevivência, tenta estabelecer uma relação estável, através de padrões afetivos que dão subsídios para transformar o comportamento da criança. A segurança passada através do afeto é a mola que impulsiona qualquer aluno a progredir, é o estimulador da aprendizagem e principalmente incita a curiosidade, a busca de novos conhecimentos. Antes de tudo, crianças com desenvolvimento atípico – como é o caso de uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista), apresentam alguns desafios e o tratamento precisa ser adequado e com profissionais qualificados. Ou seja, com os suportes necessários será possível perceber evoluções da criança em vários aspectos. Entretanto, esse tratamento pode ser potencializado quando a relação entre a família e a criança é positiva. Tendo um grande impacto não só para o desenvolvimento do indivíduo.
Também para a qualidade de vida de todo o núcleo familiar. Frente a este contexto, os pais/responsáveis são imprescindíveis para um tratamento eficaz, pois a aliança entre eles e os profissionais envolvidos será uma poderosa condutora das estratégias alcançadas nas terapias para o cotidiano. Por isso, a família é fundamental para que os pequenos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) consigam superar e lidar com as dificuldades e desafios decorrentes do autismo. Por vezes, o momento do diagnóstico é uma etapa impactante e uma das principais barreiras entre a família e o autismo. Geralmente, as pessoas criam estereótipos sobre o autismo, imaginando que o autista é genial ou obsessivo, agressivo ou responde mal. Ou seja, essa mentalidade dificulta bastante a aceitação da família. Além de que é sabido que existe muita coisa entre os extremos idealizados sobre o autismo. Somado a isso, outra questão que atrapalha bastante é o diagnóstico tardio. Pois em alguns casos existe uma dificuldade em conseguir diagnosticar precocemente por falta de conhecimento e procura. Todavia, quanto mais cedo seu filho for diagnosticado, mais fácil será de conseguir os seus direitos e de buscar uma terapia adequada. Primeiramente, ao pensar em um ambiente saudável e propício para o desenvolvimento infantil, é natural que o núcleo familiar esteja diretamente envolvido na construção desse contexto. Isso é uma verdade não só para as crianças típicas. Mas também quando falamos da realidade dos pequenos com TEA. Pois o contexto familiar e a participação ativa para promover todas as condições de desenvolvimento são indispensáveis. Logo, o apoio, carinho, afeto e suporte devem se fazer presentes na realidade dessa criança. Diante disso, para o pequeno com TEA, a participação da família em seu cotidiano fica ainda mais evidente ao percebermos que as intervenções e ações realizadas a partir de profissionais só terão o efeito desejado com a continuidade delas. Portanto, é de suma importância a orientação parental, que é um dos papéis dos profissionais que estarão em torno do pequeno e de seus familiares. De antemão, a ação educadora realizada pelos profissionais da saúde com os pais ou responsáveis tem o intuito de promover o ensino de princípios básicos de questões comportamentais e estratégias para lidar com o comportamento.
Desse modo, os progenitores e cuidadores aprendem a como realizar o manejo adequado diante de situações variadas que possam vir a acontecer com seus filhos. Esse trabalho de educação familiar é fundamental para o ganho de autonomia nas intervenções necessárias, como também na compreensão de quais condutas são adequadas, resultando, assim, em um ambiente bem mais saudável para toda família. Então, a orientação feita aos pais, familiares e cuidadores é extremamente necessária, tendo em vista que ter o conhecimento sobre as práticas e conduta positiva na criação do filho diminui significativamente as chances de erros. A partir do que foi descrito, fica evidente a importância da família na vida da criança quando falamos de desenvolvimento infantil, principalmente no âmbito do autismo. Tanto os familiares quanto às demais pessoas envolvidas nos cuidados da criança são peças-chave para a promoção de um ambiente saudável e positivo. Afinal, as terapias, os tratamentos e as intervenções não poderão propiciar o desenvolvimento infantil se não houver a participação e o envolvimento da família em todos os aspectos.
Rosemary de Souza Morais
Psicóloga Clinica Esp. Psicologia da Saúde, Psicopedagoga, Psicoterapeuta ABA. CRP06/125108
Giselli Melegati
Fonoaudióloga Esp. Em ABA - Analise do Comportamento Aplicada.
CRFa.2-12970