Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a)! Sem dúvida, essa é uma das perguntas que mais aparece nas nossas redes sociais: para quem considera gastar demais com aplicativos de mobilidade, será que não valeria mais à pena financiar seu próprio carro? O que deveria ser levado em consideração nessa escolha? É o que vamos abordar no artigo dessa semana.
O primeiro ponto é entender o maior erro que as pessoas cometem ao pensar essas possibilidades: elas comparam o valor que gastam mensalmente no aplicativo com a parcela do financiamento, sem considerar todos os outros custos que acompanham a decisão “comprar um carro”. A questão é que existem custos colaterais que estão embutidos: combustível, IPVA, licenciamento, DPVat, seguros, manutenções periódicas (rodízio de pneus, troca de óleo, balanceamento, alinhamento, etc), higienização, estacionamentos e, por último, mas não menos importante: depreciação.
Ao optar por comprar o carro, todos esses custos vêm “de brinde”, o que leva as pessoas a engessarem seu orçamento e a terem um grande impacto nas despesas mensais, que vão além da parcela do financiamento. Isso porque ainda nem estamos falando sobre os próprios juros da operação, que já levam as pessoas a pagarem bem mais do que o valor do carro escolhido. Em 2019 decidimos vender nosso carro, justamente porque gastávamos cerca de R$10 mil ao ano para mantê-lo, o que nos leva a outro ponto de decisão: o contexto.
Como é a estrutura da cidade que você mora? Existem opções de aplicativos de mobilidade urbana ou apenas uma empresa? Quão afastado é seu bairro dos seus compromissos diários, como escola, faculdade, trabalho, etc.? Tudo isso vai impactar na decisão: onde não há muitos aplicativos, o preço tende a ser alto e não compensar para quem se desloca todos os dias. Portanto, não basta avaliar questões financeiras: o contexto em que você está importa!
E um último ponto a colocar na avaliação é a dinâmica da sua vida: se você tem filhos, provavelmente seria mais desafiador não ter um carro. Essa escolha tem um preço: para quem opta por se locomover apenas por aplicativo, existe um cuidado com a logística do dia a dia (sair mais cedo para os compromissos, evitar horários de pico, enfrentar dias de chuva, frio e até mesmo a falta da internet). Também podem ocorrer emergências em que o carro ajudaria a resolver, e que pode ser desafiador quando ele não existe.
A questão aqui é: cada escolha tem seu preço. O importante é que você esteja ciente das consequências da sua escolha, sem esquecer de levar em consideração todos os custos que listamos aqui, que vão impactar nas escolhas do seu dia a dia. Consciente disso, você pode até tomar a decisão de ter um carro mais simples, já que toda a cadeia de gastos acompanha o ano e o modelo do veículo, ou ainda opte por comprar à vista e não pagar juros. Tenha consciência de todos os pontos envolvidos: isso é fazer boas escolhas! Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).