Olá, querido(a) leitor(a)! Na última semana falamos sobre o funcionamento da inflação e você conseguiu entender essa dinâmica na prática. Hoje ainda falaremos sobre ela, mas vamos trazer alguns dados mais técnicos para que você entenda quais cuidados precisa ter, especialmente no dia a dia: contratação de empréstimos, financiamentos, consórcios e investimentos.
Ao analisar um contrato de crédito ou um ativo para investir, você não verá aparecer o nome “inflação” em nenhuma linha: você deverá procurar pelos “nomes técnicos”, aqueles que usamos no “economês”. Neste caso, nós temos duas medidas diferentes ao falarmos de inflação: o IPCA e o IGP-M. Vamos explicar cada uma delas e te falar um pouco da sua utilização no dia a dia.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é a “inflação oficial” do país: ela é calculada pelo IBGE. Basicamente, os preços de vários produtos entre alimentação, transporte, vestuário, saúde, educação são acompanhados e, a cada 30 dias, a medida oficial é divulgada. Muitos contratos de crédito oferecem reajustes considerando o IPCA, por isso é necessário ficar atento(a), principalmente para empréstimos e financiamentos de mais longo prazo.
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) também faz o acompanhamento de preços de uma cesta de produtos, assim como o IPCA, porém ele também inclui preços de serviços e matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Esse índice é calculado pela FGV e utilizado para reajuste de tarifas e preços nos setores de telefonia, energia elétrica, prestação de serviços e imobiliário (especialmente contratos de aluguel).
Um dos maiores erros que as pessoas cometem, especialmente quando contratam empréstimos e financiamentos, é não ler as letras miúdas” do contrato e não perceber que os valores – tanto das prestações quanto do montante – são reajustados segundo essas medidas. Na prática, as prestações vão aumentando e as pessoas acabam tendo surpresas desagradáveis quando vão pagar suas contas. Além disso, sem o conhecimento básico dessas medidas, o consumidor perde o poder de argumentação diante da negociação de dívidas, prestações ou até mesmo do aluguel. Por isso é tão importante conhecer o básico de economia e acompanhar minimamente essas medidas, para conseguir usufruir do melhor acordo possível.
No mundo dos investimentos essas siglas também são muito comuns: elas são utilizadas como parâmetros de rentabilidade. O Tesouro IPCA, por exemplo, terá um rendimento que acompanhará a medida IPCA. Também é importante saber sobre essas medidas para escolher bons fundos imobiliários, na renda variável, já que os resultados desses ativos estão diretamente ligados a essas medidas.
São muitas as histórias de pessoas que acabaram pagando muito mais em empréstimos, financiamentos e consórcios por causa desses reajustes, sem contar aqueles que possuem contratos de aluguel. Esse conhecimento básico vai te ajudar a olhar para os detalhes, entender exatamente o que você está contratando e vai evitar te pegar de surpresa quando o reajuste acontecer. Esse é um dos pontos em que, diante de um reajuste inesperado, há o desequilíbrio financeiro que resulta no pagamento de mais juros e aumentos de parcelas, levando às dívidas.
Já para os investidores, é necessário entender o funcionamento dessas medidas para fazer boas escolhas dentre os ativos, levando em consideração o perfil de risco e os objetivos de investimento, especialmente aqueles que buscam “se proteger”da inflação. 
Fica uma reflexão: mais do que entender um pouco e acompanhar as medidas de inflação oficiais do país, é importante analisar e acompanhar a sua inflação pessoal: essa sim poderá trazer impactos brutais na sua qualidade de vida. A tendência é que seus gastos pessoais aumentem no decorrer do tempo e isso pode estar completamente descolado das medidas oficiais divulgadas. Por isso o acompanhamento e a organização financeira são importantes! Entender um pouco de economia vai te ajudar a fazer escolhas melhores: é exatamente esse o objetivo por aqui! Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).