Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a)! Vamos aproveitar a semana que começa em clima de romance para falar de um assunto muito sério: dinheiro e relacionamentos! Você sabia que o dinheiro é a segunda maior causa de divórcios do mundo, perdendo apenas para a infidelidade? E o mais assustador: muitas vezes sequer conseguimos perceber que a raiz do problema é o dinheiro. Por isso, nosso artigo da semana vai se dedicar a isso: ajudar os casais a lidarem melhor com suas finanças e a usarem o dinheiro como ferramenta para construção de um relacionamento duradouro e feliz.
Vamos começar abordando uma das maiores dúvidas do dinheiro a dois: contas conjuntas ou separadas? Depende! A verdade é que não existe regra ou receita estabelecida, que vai funcionar igual para todas as pessoas. A forma de uso do dinheiro entre o casal precisa estar ancorada nos princípios do que é um casamento: a depender das regras com que seu relacionamento funciona, vocês vão estabelecer como o dinheiro será organizado. E o mais importante nisso nem é a questão das contas, mas a forma como o dinheiro é gasto no dia a dia – como são os combinados de vocês? Quem paga o quê? Quem guarda para os sonhos? As individualidades são respeitadas? Com que frequência vocês conversam sobre dinheiro? Tudo está baseado na construção de confiança e transparência.
Outro ponto importante é sobre o compromisso de cumprir os combinados: você comete a infidelidade financeira? Isso acontece todas as vezes em que há omissão: vocês são transparentes em relação aos ganhos? Mentem valores de compras? Inventam que algo estava em promoção? Precisa entrar em casa escondido para que o outro não veja a compra? Omitem valores extras recebidos? Tudo isso vai abalar a confiança do casal, que é um pilar importantíssimo para o relacionamento. Então você pode dizer: “mas eu gosto de gastar com algumas coisas que o outro não concorda”. E agora?
Isso nos leva a outro ponto crucial: a sua individualidade precisa entrar no orçamento! Apesar de ser um casal, vocês possuem necessidades diferentes. Tirar isso do orçamento porque agora a vida é “a dois” e vocês precisam fazer tudo juntos é um erro. Se fazer as unhas no salão toda semana é importante para você, isso precisa ser mantido. Se jogar futebol com os amigos toda semana é importante para você, isso também precisa ser mantido. E de novo, caímos na questão dos combinados e do autoconhecimento: você sabe o que é importante para você? O outro sabe o que é importante para você? Não adianta esperar o outro ter uma bola de cristal e adivinhar alguma coisa: sejam claros sobre o que importa!
Agora, para além de todas as coisas, este é o erro mais grave: deixar de ser um casal. Normalmente, depois do casamento, as prioridades passam a ser as necessidade de moradia, alimentação, transporte, etc., ou seja, as despesas mais burocráticas do padrão de vida. O que é sacrificado neste processo? O romantismo. Presentes, jantares, cinemas, momentos a dois deixam de fazer parte do orçamento porque agora vocês precisam pagar a festa do casamento, o carro dos sonhos, os móveis planejados, etc. Viva cinco anos assim e veja a mágica acontecer: o relacionamento acaba! Tenham, no orçamento, a “verba do namoro”: um dinheiro reservado para o casal viver experiências a dois, trocar presentes, fazer gentilezas e surpreender o outro. É o dinheiro da manutenção do relacionamento: muitas vezes o romantismo acaba e as pessoas nem se dão conta de que isso pode ter raiz no financeiro, que nunca sobra para esse tipo de coisa.
Relacionamentos são mesmo complexos: são pessoas diferentes, com experiências de vida diferentes, visões de mundo diferentes, contextos familiares diferentes, manias diferentes que, por causa de meia dúzia de coisas em comum, escolhem compartilhar a vida. Neste ambiente, os combinados, o respeito, o diálogo e o desejo de ser sua melhor versão para o outro é o que vão ajudar a vida acontecer e os sonhos se realizarem. O amor é sobre “apesar de”: tanto você quanto o outro são cheio de defeitos, mas vocês se escolheram “apesar de”. Nada resiste no tempo se tiver a obrigação de ser perfeito: somos humanos, o erro é parte do pacote. Mas você pode escolher ter espaço para eles. Dinheiro precisa ser ferramenta de construção e realização, e não se discussões e arrependimentos – é possível, mas assim como relacionamentos bem-sucedidos, dá trabalho! Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).