Olá, querido(a) leitor(a)! Se você se interessa pelo mundo do dinheiro e dos investimentos, certamente já ouviu falar de Warren Buffett: nós mesmos já comentamos sobre ele por aqui. Tido como um dos maiores investidores da história, ele é referência em resultado de investimentos e, sem dúvida, grande parte das pessoas gostaria de repetir seus feitos. Certa vez, Jeff Bezos lhe fez a seguinte pergunta: “se o seu estilo de investimento é tão simples, por que as pessoas não te copiam mais?”. E sua resposta genial foi: “porque ninguém quer ficar rico devagar”. É sobre isso que querermos refletir nesta semana.
Estamos vivendo a geração “Forbes under 30”: os jovens estão cada vez mais desesperados em resolver toda a sua vida até os 30 anos – ficar milionário, ter uma relação estável, ter filhos (naquele modelo de família de comercial de margarina), morar na casa dos sonhos, ter o carro dos sonhos, ser “CEO da própria vida”e assim por diante. É bonito na teoria, mas qual o preço dessa mentalidade? Pessoas cada vez mais frustradas, doentes e iludidas com a própria realidade (mesmo ganhando um bom dinheiro). Mas essa pressa de conquistar tudo o que é possível em pouco tempo não é só culpa da internet: somos imediatistas por natureza.
Todos os nossos comportamentos têm uma função específica e são acionados por causa do nosso sistema de recompensas. Basicamente, nosso cérebro faz uma avaliação rápida de “o que vou ganhar com isso” e cede a quase tudo que nos traz prazer imediato. Temos uma dificuldade absurda de lidar com o longo prazo: queremos tudo para ontem. Se a recompensa de um comportamento vai demorar muito para acontecer, é provável que vamos abandonar qualquer projeto que leve mais de um ano. E isso é perigoso porque nos leva a desprezar o efeito do “básico bem-feito” em quase todos os âmbitos da nossa vida: falhamos em cuidar do nosso dinheiro, da nossa saúde, dos nossos relacionamentos e do que é importante para nós, porque estamos sempre focados em receitas mnilagrosas para pegar atalhos.
Além da nossa tendência natural em fazer apenas o que dá prazer no momento presente, vivemos em uma cultura do imediatismo: o crédito é quase sempre o único caminho a ser considerado para realizar sonhos (que depois se tornam pesadelos); as apostas online e a loteria batem recordes, ano após ano; os cursos mais vendidos da internet são aqueles que prometem resultados de vida saudável e emagrecimento rápidos, etc. Gastamos mais tempo e energia correndo atrás de atalhos do que nos preocupando em ensinar nosso cérebro a fazer o básico.
Portanto, Warren Buffett está correto: poucas pessoas vão conseguir os resultados dele porque poucas pessoas estão dispostas a respeitar o efeito do tempo. Poucas pessoas estão dispostas a fazerem o básico no dia a dia. Poucas pessoas estão dispostas a adquirir conhecimento. Poucos estão dispostos a fazer o que precisa ser feito no tempo. E essa é a variável mais importante de todos os resultados: TEMPO. É o mínimo de dedicação repetido dia após dia que trará todos os resultados: financeiros, de saúde, da vida profissional e de relacionamentos.
Existem dois pontos para levar em consideração se você quer, realmente, mudar seus resultados e ser menos imediatista: seu porquê e seu ambiente. Lembra que todo comportamento tem uma função? Descubra porquê você faz o que você faz! E entenda quais porquês vão te levar a fazer o que é necessário – é assim que se vence no longo prazo. Ter clareza do porquê vai te ajudar a driblar o imediatismo do seu cérebro. Outro ponto é o ambiente: os contextos que você vive estão coerentes com os comportamentos que você quer ter? Lembre-se que você é irracional em 95% das decisões, e seu ambiente é quem influencia tudo isso. Portanto, melhore os estímulos ao seu redor. Quer poupar todo mês? Elimine os estímulos que te fazem comprar. Quer comer mais saudável? Elimine da rotina o que te faz perder o controle. Exclua aplicativos. Avalie quem você segue nas redes sociais. Perceba seu ambiente e a forma como ele age sobre você. Esse é o único controle que você realmente possui.
O artigo desta semana é uma provocação: avalie sua vida e entenda como estão seus comportamentos diários. Você já tem se preocupado em fazer o “básico bem feito”? Há quanto tempo tem repetido esse estilo de vida? Você tem permitido que a variável “tempo” aja diante do que você se porpõe? Ou está gastando todas as suas energias buscando os atalhos – que não existem – e tentando acelerar processos que vão te custar o que o dinheiro não trará de volta? Pense nisso! Entramos no segundo semestre de 2023 e ainda dá tempo de fazer algo diferente por você. Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).