Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
Propósito se manifesta com a prática
Isso significa dizer que propósito não é sinônimo de trabalho. A atividade que desempenhamos profissionalmente pode nos ajudar a colocar esse propósito em ação, mas ele não se esgota nesse ambiente. Outra coisa importante é que de nada adianta você descobrir seu propósito se deixá-lo num papel pregado na porta da geladeira. Tudo bem, você sabe a que veio, mas agora precisa colocar isso no mundo. A prática também mostra que, às vezes, só na imaginação ou nos exercícios mentais, é difícil descobrir o que nos move e o que gostamos de fazer. É só fazendo, testando, experimentando, que reconheceremos no que somos bons e o que faz sentido para gente.
Busque olhar para o que te incomoda
O propósito está, de alguma forma, relacionado à dor de cada um. Se o nosso propósito vem da nossa dor, ninguém melhor que nós mesmos para falar às pessoas o que aprendemos com esse sofrimento. Então, sabe aquela voz que sempre surge tentando minar nossas atitudes quando, finalmente, decidimos tirar os planos do papel? “Ei, o que você está fazendo? Saia daí, que vergonha”, é a acusação que ela nos faz. Pois bem, será mais fácil silenciá-la se soubermos que o maior especialista é aquele que fala sobre o que ele vive – e não o que ou como ele acha que é estar na pele de quem viveu.
Estabeleça prioridades
Se qualquer coisa serve ou se tudo é essencial, perdemos a clareza do nosso propósito. Você pode ser bom em muitas coisas, gostar de diferentes tarefas, se engajar em diversas causas, mas sempre há uma que faz mais sentido, que ressoa, que sai de você e toca o outro. Determinar um tempo para se dedicar ao que é prioridade é uma forma de não se deixar levar pela correria da rotina, das obrigações e das responsabilidades e chegar ao fim da vida sem saber de que forma contribuiu para tornar o mundo um lugar melhor.
Entenda o que é importante para você
Em conversas sobre autoconhecimento, fala-se muito dos valores que temos. Estes não são características. Você ser honesto, por exemplo, não é um valor. Valores estão relacionados àquilo que é importante para cada um de nós. No caso, honestidade. Sabe aquela história de escolher as batalhas que queremos enfrentar? Geralmente, sempre optamos por aquelas que ferem questões essenciais para o nosso ser. Tente identificar o que é importante para você. O mais curioso é que esse exercício tem que ser feito pensando nos acontecimentos da nossa vida. Nos dias em que você esteve mais feliz, ou mais triste, ou mais frustrado… o que havia de comum em todos eles? Pode haver uma pista aí.
Olhe para o que você já faz
Ao invés de sair desesperadamente tentando encontrar um propósito perdido, busque pelo propósito naquilo que já fazemos. Sabe essa atividade que você não considera ideal, mas segue fazendo, porque é o que paga as contas no fim do mês? Então, não precisa largar tudo, arriscar o que tem e o que não tem. Tente olhar para sua realidade com outros olhos. De que forma é possível melhorar o ambiente? Como ajudar as pessoas que o compartilham com você? Como você pode impactar positivamente a vida dos que são, direta ou indiretamente, atingidos pelo seu trabalho?
Entenda que é um processo
Por fim, não se desespere. Todo mundo pode encontrar seu propósito, uma missão nobre. Mas, se ficarmos apegados a descobri-la rapidamente e a todo custo, vamos emperrar em algum ponto. A grande questão é, todos os dias, levantarmos dispostos a fazer o melhor que podemos. O propósito aparecerá. Porque, no fundo, ele não deixa de ser uma viagem (que só se faz com o passar dos dias, com o tempo): uma viagem para dentro de nós mesmos. E, por vezes, ela é demorada.