Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
Encerrando o mês de outubro, mês do “Outubro Rosa”, em que falamos sobre a prevenção do câncer de mama, é inevitável lembrar da minha avó Zana! Aquela que tinha uma mama fake, pois, devido ao câncer, houve a retirada de uma das suas mamas, e diante da dificuldade da época em refazer com uma prótese, ela mesma construiu uma de tecidos!
Pensando na força da minha avó, e no seu maior sonho que era ler e escrever, quero refletir com você sobre o nosso dever de caminhar mais “alguns passos” honrando quem veio antes.
Por sincronia, essa semana, lancei na capital o meu primeiro livro, o “InspireSer Inspire Ser Você”. Vovó Zana deve estar comemorando onde ela estiver!
Perceba, a nossa história é uma tapeçaria complexa e bela de incontáveis narrativas interligadas, onde cada geração passa o bastão para a próxima, esperando que ela corra um pouco mais longe, alcance um pouco mais alto. E com certeza a minha avó materna nesta tapeçaria da vida representa o fio dourado de determinação e progresso que começou com ela e com a potência das que vieram antes.
Zana, uma mulher de força e resiliência, viveu em uma época e circunstâncias nas quais a educação formal era um luxo inatingível! Órfã de mãe, vida difícil com as famílias que chegavam com os casamentos do pai, as madrastas, os filhos que vinham com elas, Zana não tinha as palavras escritas como companheiras, mas carregava consigo histórias, sabedoria e a determinação de que a próxima geração teria mais oportunidades do que ela teve. Ela passou essa determinação para minha mãe, Cidinha.
Cidinha cresceu em um mundo ligeiramente mais promissor, mas ainda repleto de desafios. Morando em fazendas onde meus avós trabalhavam na lavoura, ela sonhava em ser professora. No entanto, a falta de escolas perto, fazia com que ela tivesse vários desafios para estudar.
Ainda assim, ela fez o que pôde para se educar, caminhando quilômetros todos os
dias para chegar à escola. Dessa forma, conseguiu progredir um pouco mais que a mãe e chegar até o primário. Seu amor pelo conhecimento, mesmo que limitado pelas circunstâncias, plantou em mim uma semente que germinou e floresceu, guiada pelo desejo de honrar as mulheres que vieram antes de mim.
Hoje, olho para trás e vejo o caminho que percorri: de menina curiosa, faladeira, leitora apaixonada pelo conhecimento, que vivia na biblioteca, à mulher que acaba de publicar um livro. Minha jornada não é apenas minha; é a culminação dos sonhos e esforços da minha bisa que faleceu quando avó Zana tinha apenas dois anos, e de Cidinha, de todas nós!
A importância de uma geração continuar a caminhar é evidente em histórias como a nossa. Cada passo que damos, por menor que seja, prepara o terreno para os passos daqueles que vêm depois de nós. É nossa responsabilidade e privilégio garantir que a jornada continue, que os sonhos persistam e que as barreiras sejam constantemente desafiadas e derrubadas construindo um caminho de evolução!
Peço a você, leitor, que reflita sobre sua própria jornada e as gerações que o precederam. Pense na sua ancestralidade de mulheres que trouxeram você aqui.
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Que história você está escrevendo para seus filhos, para os seus netos, para todos os seus sucessores?
Como você está dando continuidade à jornada iniciada por seus antepassados?
Cada um de nós tem o poder e a responsabilidade de ser um elo vital na cadeia de progresso. Honre aqueles que vieram antes, prepare o “terreno” para os que estão por vir, acima de tudo, seja exemplo!
Continue a caminhar, pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +