Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
Começo esta reflexão com uma pergunta simples, a maioria das pessoas já deve ter ouvido ou mesmo se questionado a respeito: para você, o que é ser feliz? As respostas podem ser as mais variadas, mas na maior parte das vezes são encontradas externamente. “Ser feliz é quando você realiza todas as metas de vida”, ou “ser feliz é quando você pode comprar tudo o que deseja ou viajar para todos os lugares que têm vontade de conhecer”, ou ainda, “ser feliz é quando tudo está dando certo na vida”. Acredite, embora esse conceito de felicidade faça parte da consciência de muitos, este não é o verdadeiro caminho para a felicidade real.
Na verdade, a felicidade, esse sentimento que passamos a vida toda buscando, está mais perto do que se imagina. E não, ele não está do lado de fora, nas questões e acontecimentos externos. Quanto tempo passamos atribuindo a tal felicidade aos acontecimentos, bens, pessoas, relacionamentos? Quanto tempo passamos condicionando este estado de espírito ao “se”? “Se eu tiver mais dinheiro, se eu conseguir trocar de carro, se eu encontrar um amor verdadeiro, se eu for promovido, serei feliz”. E então vivenciamos um caminho de fantasias sobre a felicidade, uma vez que não temos total controle sobre as inconstâncias da vida.
Acessando o lado de dentro
Se pensarmos que a felicidade é um sentimento que vem de dentro, já temos o primeiro passo para acessá-la. Para fazer este mergulho interior, o autoconhecimento pode ser o melhor companheiro de jornada. Já que ser feliz é a sensação de bem-estar consigo mesmo, de sentir-se orgulhoso de quem se é, de reconhecer que está fazendo o melhor que pode com todas as ferramentas que têm, satisfazer-se com suas conquistas – ainda que pequeninas, dia após dia –, entender suas falhas e pontos sensíveis que podem ser melhorados para o seu próprio bem e satisfação pessoal, é nesse caminhar de aprendizado e exercício contínuo sobre nós que é possível desbloquear pontos que nos impedem de viver a felicidade. Ao acessar nosso interior, podemos descobrir um universo de possibilidades maravilhosas a serem vividas aqui e agora.
Já pensou em viver o momento presente?
Se existe uma certeza é a de que o passado já foi e o futuro ainda está por vir. Por isso, viver o presente, como o próprio nome já diz, é o melhor que podemos fazer por nós mesmos. Afinal, se não podemos mudar o que já foi e não temos como controlar o amanhã, viver no passado ou no futuro pode despertar grandes gatilhos de depressão e ansiedade, sentimentos que vão contra a felicidade real. Já que o mundo é impermanente e a vida não nos dá garantias, existe apenas este momento para sermos felizes. Portanto, cabe a nós olharmos para nós mesmos, nossa capacidade criativa, nossos resultados positivos e nos parabenizarmos, nos acolhermos, nos abraçarmos e reconhecermos toda a história que escrevemos até aqui. É no momento presente que criamos todas as possibilidades.
Perdão, a revolução que falta
Nessa jornada de autoconhecimento, existe um verbo de ação capaz de revolucionar tudo o que sentimos por nós mesmos e por todos que fazem parte de nossa trajetória: perdoar. Não é possível viver o bem-estar consigo se você ficar remoendo mágoas, seja na autocrítica, ou o tempo todo apontando o dedo e a culpa para o outro, para o sistema, a cultura… e ficar preso a essas negatividades só traz sofrimentos, dúvidas sobre si, sobre seu valor e revolta frente às injustiças do mundo. Como é possível ser feliz desta maneira?
O perdão é, na verdade, uma questão de inteligência emocional e, ainda mais importante, é base para as grandes mudanças e transformações de crescimento humano, impactando o sucesso em todas as esferas da vida. Portanto, é preciso se libertar dos maus sentimentos, perdoando a si e aos outros. Afinal, quando perdoamos, recuperamos nosso bem-estar, nossa autoestima, amor-próprio e satisfação pessoal, independentemente de fatos e pessoas. Trata-se de uma escolha que nos permite ter uma vida mais leve, feliz e satisfeita, mesmo com tudo que nos aconteceu e, principalmente, encontramos uma paz interior duradoura e indescritível.
Inove emocionalmente
Agora, você deve estar se perguntando o que inovação tem a ver com felicidade e eu posso assegurar: muito! Podemos inovar emocionalmente sempre, todos os dias. Na verdade, esse é um processo com começo, mas não necessariamente tem um fim. Diariamente, como em um exercício contínuo, podemos observar e tentar compreender nossas ações, sentimentos, e sim, fazer diferente, inovar!
É comum replicarmos muito do que absorvemos ao longo da vida, inclusive as crenças adquiridas em nossa infância, como se fosse um piloto automático. Quando vemos, já foi, já falamos, já fizemos. Mas será que essas atitudes estão nos deixando felizes? Como elas poderiam ser diferentes ou melhores? O autoconhecimento nos permite identificar, com honestidade, a origem dos padrões que sabotam a nossa plenitude, sucesso, bem-estar e, consequentemente, nossa felicidade.
A felicidade como poder de escolha
Acredite ou não, a felicidade é uma decisão. A partir do momento que você abre os olhos pela manhã, ao despertar, você pode escolher ser positivo, olhar para as circunstâncias sabendo que fácil ou difícil, você terá que superá-las. Os problemas estão aí, mas como posso resolvê-los da melhor maneira possível? No que tange minha responsabilidade, o que posso fazer a respeito? Isso não tem nada a ver com brincar de ser contente, mas sim, encarar a vida com otimismo, sabendo que tudo vai passar. Sempre passa.
Por isso, se a vida te der uma dor, chore; se a vida te der um amor, ame, não fique na desconfiança. Quando você trabalha a favor da positividade, reconhece sim os problemas, mas passa a encontrar meios para seguir e se sustentar, isso é felicidade. Viver este momento dentro de você, inovando sobre quem se é, construindo diariamente a sua jornada, acessando e reconhecendo o seu melhor, esta será a sua felicidade real. Escolha e aproveite!