Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
O Natal, marcando o nascimento de Jesus, traz-nos uma poderosa mensagem de perdão e renovação, preparando-nos para um 2024 pleno de significado. Esta época convida-nos a fechar ciclos de mágoa e abrir novos de perdão. As feridas emocionais, frequentemente, permanecem abertas por falta de perdão, causando dor contínua e impedindo diversas áreas da nossa vida de prosperar.
Muitas pessoas acham que perdoar tem a ver com o outro, mas não, tem a ver com você.
Perdoar não tem a ver com esquecer, tem a ver com curar a ferida e ressignificar a forma de olhar para ela.
Perdoar é, essencialmente, um ato pessoal, desvinculado do outro. Não implica na aprovação do que foi feito, mas na libertação de sentimentos de mágoa e ressentimento que falamos na semana passada. Então, reflita: perdoar é realmente se beneficiar da vida.
Ouvi uma história de um homem que, ao pedir sua esposa em casamento, ouviu dela: não tem como eu casar com você, você está com mágoa do seu pai ainda. E no casamento, vamos ter que perdoar todos os dias. Como vai ser nossa vida se você não consegue perdoar nem o seu próprio pai? Ele, assustado, tomou consciência e mudou a situação, causando uma mudança radical em sua vida e de todos os seus familiares.
O que isso significa? Se não perdoa seus pais, você vai agir no seu casamento de maneira semelhante, vai atrair pessoas que lhe causem dores semelhantes, porque a vida é assim, acabamos repetindo histórias, se não aprendemos.
Se você não aprendeu com o seu grupo familiar original, aprenderá com o segundo; se não com o segundo, com o terceiro, com as pessoas que passam por você,e assim por diante, repetindo a mesma dor, até ter consciência das feridas abertas. Ninguém abre feridas no outro porque quer, mas sim por falta de consciência do ato.
Quem somos nós para não nos perdoarmos?
Lembre-se também de quando Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: eu digo a você, não até sete, mas até setenta vezes sete.”
Deixe esse clima natalino curar as suas feridas e torná-las todas cicatrizes, principalmente na sua família. Nossos maiores desafios, nossas maiores feridas, surgem no cotidiano, na família. Porém, o maior legado que deixamos também é nela! Na nossa vida comum, no convívio com a nossa família, é onde ocorre a nossa maior evolução! É na família que está o centro de tudo.
Aliás, vou contar um caso real. Um psicanalista atendeu um paciente com uma ferida aberta há mais de anos, que já tinha passado por diversos especialistas, sem sucesso. Depois de algumas sessões, o psicanalista perguntou: ‘Desde quando você está chorando pela perna?’ E ele respondeu: ‘Não quero falar sobre isso.’ E então disse: ‘Sabe o que aconteceu? Desde que meu pai vendeu as terras em que morávamos e tivemos que ir para a cidade com a família.’ Na próxima sessão, ele chegou com a ferida fechada. Indagado sobre o que havia feito de diferente naqueles dias, ele disse que só havia conversado com seus pais e explicado tudo que sentiu naquele momento.
Essa história é um belo exemplo do que acontece com o perdão. Parece mentira, mas é verdade. Está comprovado, o seu corpo grita a todo momento “expulsando suas mágoas”.
E você, quantas feridas ainda carrega na alma? Ou no corpo?
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Sente-se hoje, no sábado, ou na véspera do Natal, e em um local confortável, visualize cada uma das suas histórias de dor, visualize a cena e ressignifique aquilo, dê um novo sentido para essa cena. Dar um novo sentido é curar! Isso é libertador. Você pode ou não falar com a pessoa, mesmo porque ela às vezes nem vai lembrar, não espere nada dela, perdoe e ponto. O importante é curar as suas feridas que lhe impedem de fluir.
Isso será um bálsamo para que possamos abrir 2024 cicatrizados e prontos para os grandes desafios que ainda virão, vivendo, celebrando a vida todos os dias!
Desejo um Natal de libertação, um Natal de acolhimento, um Natal de muito amor: Feliz Natal! Um Natal de celebrar a vida!
Seguimos cicatrizados e cheios de amor para um eu melhor, para as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos mais.”