Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a). A semana começou pipocando um assunto que tem tudo a ver com dinheiro: o Fantástico, no último domingo, fez uma reportagem abordando o trabalho da influência de personalidades da internet sobre jogos online que causam prejuízos. Muitas pessoas estão perplexas sobre o funcionamento deste mercado, mas esta é uma bandeira que já levantamos há algum tempo por aqui. Aproveitando o assunto, vamos falar sobre isso: a influência das pessoas ao seu redor e sua vida financeira.
Em primeiro lugar, não existe “influência zero”: seu cérebro é uma máquina de responder a estímulos e, queira ou não, você é influenciado(a) de infinitas formas todos os dias. Por pessoas, cheiros, cores, músicas, livros, propagandas, etc. Do ponto de vista comportamental, “autocontrole” e “livre arbítrio” não existem: seus comportamentos e decisões são frutos dos estímulos que você recebe diariamente. Seu único poder diante disso é selecionar ao que vai se expor no dia a dia: quem são as pessoas que estarão ao seu redor? Quem você segue nas redes sociais? Quem você lê? O que você assiste e por aí vai.
A grande questão é quem nem todo mundo sabe sobre tudo e, assim como você desconfiava da Xuxa usando Hidratante Monange ou da Gisele Bünchen usando Pantene, precisa desconfiar de influencers aleatórios indicando produtos ou serviços (especialmente aqueles que envolvem investimentos e dinheiro). Veja bem: ser minimamente famoso não significa uma pílula mágica em que a pessoa passa a ter conhecimento sobre tudo na vida, especialmente sobre como você cuida do seu dinheiro. No próprio mercado da educação financeira existem profissionais e profissionais e, infelizmente, uma grande parte não tem conhecimento suficiente e não sabe o que está fazendo. Portanto, se envolve seu dinheiro: desconfie.
O conflito de interesse é real e existe em todos os âmbitos. Uma pessoa que trabalha com educação e/ou conhecimento não deveria vender produtos financeiros e vice versa. É inconsciente: o que eu ganho com isso sempre terá peso maior do que os interesses de outra pessoa. E isso não mora apenas no mundo do dinheiro ou no mercado financeiro: está em todos os lugares.
Absolutamente tudo o que envolve qualquer possibilidade de ganhos envolve riscos. Se a pessoa em questão não está falando sobre os riscos de uma maneira responsável e clara, ou ela não sabe sobre isso ou não quer que você saiba. Quando o assunto é dinheiro, ninguém deveria terceirizar as decisões e se deixar levar. Por isso defendemos tanto o conhecimento por aqui: é o único caminho para se blindar de golpes, apostas, conflitos de interesse e situações de prejuízo.
Portanto, aceita que dói menos: você é influenciável! A questão agora é: por quem você vai se permitir ser influenciado(a)? Essa é sua maior arma contra fraudes e problemas em todos os âmbitos da sua vida. Se as pessoas que você segue nas redes tem esse discurso de “são todos adultos e eu não tenho nada a ver com isso”, elimine a presença delas na sua vida: são pessoas irresponsáveis que só se importam consigo mesmas, e não com você. Cuidar bem do seu dinheiro e ter bons resultados em investimentos requer conhecimento e gestão de riscos – não existem atalhos. Se suas finanças tem problemas, busque soluções reais e definitivas e pare de acreditar no canto da sereia.
Tenha uma excelente semana, querido(a) leitor(a).