Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, querido(a) leitor(a)! Você já parou para pensar que a forma com que você lida com tudo na vida depende do seu sistema de crenças? Obviamente, isso inclui o dinheiro, a riqueza, o trabalho e tudo o que envolve seus comportamentos. A reflexão que queremos trazer nessa segunda semana do ano é: com quais lentes você tem enxergado o mundo? Será que suas lentes estão sujas, embaçadas, precisando de uma limpeza? Eu sei, parece um papo aleatório, mas hoje vamos falar sobre como suas crenças moldam sua vida e podem deturpar sua realidade. Talvez você esteja travado no lugar em que está por causa das suas crenças.
Precisamos entender o que são crenças centrais e como elas moldam seus comportamentos e suas decisões. Crenças são conjuntos de regras que você desenvolveu durante toda sua vida, de forma insconsciente, que funcionam como lentes com as quais você enxerga o mundo. Na prática, são como “verdades absolutas”, capazes de modificar o significado de determinadas situações. Basicamente, é como você interpreta o mundo.
O sistema de crenças de uma pessoa é único, como se fosse uma impressão digital. Isso faz com que uma mesma situação possa ser enxergada por diferentes ângulos por pessoas diferentes. Fazer uma apresentação em público, por exemplo: para alguns, pode ser uma grande oportunidade. Outros, podem olhar com indiferença. Outros, ainda, podem ficar tão ansiosos a ponto de não dormir por uma semana. Nossas crenças são tão poderosas que podem distorcer a realidade, apenas para se fortalecer. Uma pessoa que possui uma crença de insuficiência, por exemplo, acredita que nunca será boa o suficiente. Mesmo tendo um conjunto de evidências que mostra o contrário, ela vai continuar buscando argumentos para justificar seu fracasso: “tirei 9 na prova, mas não foi 10, então não sou bom”.
E isso também vale para o dinheiro: quantos profissionais excelentes você conhece – talvez você seja um deles – que não conseguem, sequer, cobrar justamente pelo seu trabalho? Quantas pessoas são incríveis, mas possuem crenças tão fortes que não conseguem prosperar? Algumas até têm medo da riqueza, por associá-la ao egoísmo, à solidão, ao não pertencimento. Pessoas têm medo de enriquecer e perder amigos, familiares, perder o lugar na qual pertence. Pessoas têm medo de ser ricas e se tornarem pessoas egoístas, que têm atitudes erradas, ilícitas, desonestas. Basta olhar para os padrões de riqueza das novelas, seriados e você consegue perceber de onde vem essa mentalidade – são pessoas sem escrúpulos, que traem, julgam, etc.
E como isso te afeta e trava sua evolução? As crenças determinam pensamentos e comportamentos. É por meio delas que você age. Pessoas cuja crença de valor está ligada ao status, passarão a vida comprando bens e vivendo vidas para se validar aos outros, mesmo que isso custe entrar em dívidas ou acabar com sua saúde mental. Pessoas que possuem crenças de trabalho como algo torturante, ruim, sacrificante, passarão boa parte da vida odiando as segundas-feiras e tentando ganhar a “mega da virada” para dizer “adeus” aos seus chefes e trabalhos horríveis. Se considerar que você passará boa parte da vida trabalhando, talvez seja pesado demais olhar o mundo desta forma.
A boa notícia é que crenças podem ser modificadas, mas é necessário esforço. É necessário, antes de tudo, estar disposto(a) a olhar o mundo com outra perspectiva. É preciso coragem para questionar se o seu ponto de vida é único, ou existem outros caminhos. Portanto, pense a respeito: talvez, você tenha dores e problemas que existem apenas na sua cabeça, sustentados por crenças de incapacidade, insuficiência, desamor... Será mesmo que vale a pena continuar com essas lentes sujas? Será que não dá para trocar os sentimentos de remorso, incapacidade, culpa, inutilidade por algo mais sustentável no tempo? Não importa a quantidade de dias na sua vida, importa a quantidade de vida nos seus dias. Será que as lentes com as quais você vê o mundo estão te permitindo viver de verdade, ou estão te aprisionando?
Pense nisso, querido(a) leitor(a)! Tenha uma excelente semana!