Embora seja um assunto sobejamente conhecido dos leitores o drama vivido pelos gaúchos, pelo menos enquanto as águas não baixarem, visando a reconstrução dos danos causados pelo excesso de chuvas e enchentes incessantes, Rio Grande do Sul continua sendo alvo de uma tragédia histórica, a exemplo do que ocorreu em 1.941.
Em meio à tristeza presenciada diariamente por todos nós em decorrência do excesso de água no território gaúcho, há de se destacar a ação nobre dos voluntários, fazendo com que o sofrimento dos atingidos seja amenizado, na esperança de que os dias que virão sejam a expressão para aquecer os dias difíceis e que ainda poderão se concentrar na árdua tarefa de reconstruir o que foi destruído pelas incessantes enchentes nas áreas mais atingidas.
Os brasileiros, por sua vez, novamente deram provas de que não existem divergências políticas e outras situações que consigam interferir no desejo de ajudar às famílias desalojadas, sem teto e sem as mínimas condições de recuperar os danos sofridos pelo volume de água existente em várias partes do território gaúcho.
Há de se fazer alusão ao fato de que de norte a sul assistimos nos últimos dias a uma infinidade de ações conjuntas de heroísmo, solidariedade e dedicação dos brasileiros num gesto puro de salvar vidas, muitas desaparecidas e que por certo deixarão uma marca de saudade a seus familiares, descendentes e ascendentes.
Esse espírito coletivo está presente desde o cidadão que não mede esforços e que divide o pouco que tem para doar nas campanhas realizadas em todo o país, levando alimentos e vestimentas em face do frio que já começa a se estender por todo o estado gaúcho, a exemplo do que acontece todos os anos nessa época em obediência às estações do ano.
Mesmo com as dificuldades que enfrentam os voluntários, estão sempre aptos e dispostos a superar os obstáculos que se apresentam à sua frente, principalmente no que tange ao acesso às áreas mais atingidas, para ajudar a quem mais precisa. São médicos, veterinários e pessoas das mais variadas profissões que deixam provisoriamente suas famílias, no sentido amplo de ajuda no resgate das vítimas que sofrem com o acúmulo de água e de outras situações atinentes à própria tragédia.
Nesse delicado momento em que atravessa o povo gaúcho, toda e qualquer ajuda será bem-vinda e que permaneça pelos meses afora, porque a reconstrução irá demandar imensos trabalhos, até que a situação seja contemporizada com essa dedicação dos voluntários de várias partes e regiões do país.
É evidente que as pessoas a serem salvas se constituem em prioridade absoluta, porém, os animais estão dentro desse contexto, já que são úteis em diversas situações, principalmente quando são utilizados como farejadores que são os cães treinados para auxiliar o resgate das vítimas soterradas pelas lamas e enchentes jamais vistas na situação presente.
Há de se ressaltar o gesto amável de algumas famílias que estão abrigando um certo número de pessoas desalojadas, até que os danos sejam amenizados e que possam essas pessoas reconstruir suas residências, aquelas menos afetadas pelo volume de água que se alastra por todo o território gaúcho.
Muitas vítimas de outras tragédias, mas que conseguiram se livrar daquela catástrofe no lugar denominado Brumadinho, dão o seu quinhão de ajuda aos desalojados do sul com prejuízos de grande proporção, onde deixou um saldo de um pouco mais de 270 pessoas que perderam a vida. O problema atinge um certo ponto que, às vezes, não compensa recordar os momentos dramáticos pelos quais passaram as pessoas desaparecidas.
Gestos de nobreza e solidariedade não faltarão ao povo gaúcho, com votos de que se estendam às partes seriamente atingidas pelo excesso de chuvas e que tenhamos novos tempos de reconstrução dos danos causados pela tão falada tragédia no Rio Grande do Sul.
Finalizando, cabe ao governo em nível federal fazer a sua parte dentro das limitações de que dispõe, já que o montante dos prejuízos ultrapassa o pilar máximo motivado pela destruição.