A expressão “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento” é um provérbio português que sublinha a discrepância entre a aparência e a essência de algo ou de alguém. É utilizado para situações críticas ou pessoas que parecem impecáveis e atraentes por fora, mas escondem algo negativo ou perturbador por dentro. Essa frase carrega uma profunda reflexão sobre a tendência humana de se deixar levar pelas aparências, ignorando que o verdadeiro valor é invisível. Quantas vezes nos deparamos com comportamentos que não exigem ao que pensamos, sentimos ou desejamos? E, por outro lado, quantas vezes aquilo que sentimos ou desejamos não se reflete nas nossas ações? Essa dissonância entre interior e exterior pode gerar um profundo desconforto, especialmente quando queremos que nossas ações nos levem ao sucesso pessoal e profissional. Comportamentos são, simplesmente, as nossas ações públicas, tudo o que externalizamos, o que falamos e como falamos, os gestos voluntários e os involuntários. Já a atitude é um pouco complexa, pois envolve a composição de sentimentos, pensamentos e a tendência que temos de agir diante das mais variadas situações do dia a dia, muitas vezes enraizados culturalmente e que adquirimos ao longo da vida. Nesse sentido, a atitude seria algo voltado para nosso interior. É a antecipação do comportamento, enquanto este estaria voltado para o nosso exterior, o que, de fato, materializamos. O comportamento é movido pelos nossos sentimentos e pensamentos. Assim, ao falarmos em mudança de comportamento, precisamos, primeiro, mudar o que pensamos e o que sentimos, nossa mente e o nosso coração. Não é uma tarefa fácil, mas um exercício diário, pois, a mudança que tanto buscamos não está no externo, e sim no nosso interior. Podemos entender, ainda que minimamente, nossas atitudes podem ser conscientes, o que traz em evidência nossa capacidade de controlar nossos pensamentos ou inconscientes, o habitual pensamento automático, aquele sem esforço. Para tornarmos nossas atitudes mais potentes, é essencial que pensemos sobre elas, que tomemos consciência de nós mesmos, que desenvolvamos essas habilidades trazendo para nós a responsabilidade que temos sobre a nossa vida. Assim, para mudanças significativas tem que haver mudança de paradigmas. É um exercício diário e um desafio que precisamos buscar, pois há situações em que apenas nós podemos fazer algo por nós mesmos. Por exemplo, alimentação adequada, uma vida saudável, busca do sucesso pessoal e profissional, um estudo de qualidade. É com muita habilidade que conseguimos várias desculpas ou culpados para relativizar nosso (in)sucesso. Mudamos, primeiro, nosso interior para, depois, modificarmos o exterior. Aí ela será verdadeiramente incorporada ao nosso patrimônio espiritual. E lembrando que essa mudança precisa ser genuína e motivada pelo bem-estar comum e não por medo de punições, receios e julgamentos. A mudança genuína não deve ser um fardo, mas sim um movimento constante em direção ao crescimento pessoal para que não estejamos mais na condição de “...por fora bela viola; por dentro, pão bolorento”. Não só aparentar ser, mas simplesmente ser.