Com “tempo curto’ e restrições impostas pela legislação, candidatos lidam com poucos espaços para divulgação de seus nomes
A campanha já toma conta das ruas de Votuporanga, com bandeiras, adesivos e santinhos, porém com várias restrições (Foto: A Cidade)
Da redação
A campanha eleitoral segue nas ruas. Quem passa pelo centro de Votuporanga já pode ver vários carros adesivados e cabos eleitorais sustentando as bandeiras dos quatro candidatos a prefeito e de alguns a vereador nas esquinas. O clima, no entanto, é bem diferente das eleições anteriores, como apontam votuporanguenses mais experientes que vivenciaram várias disputas eleitorais no município.
Com “tempo curto” e inúmeras restrições impostas pela legislação, candidatos lidam com poucos espaços para divulgação de seus nomes. As ruas, por exemplo, estão silenciosas, nada daquela disputa de jingles eleitorais no mais alto volume que tanto incomodava os eleitores. Isso porque a propaganda sonora volante está mais restrita nessas eleições.
De acordo com a cartilha divulgada pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), carros de som, minitrios ou qualquer outro veículo de propaganda volante só podem circular com jingles e mensagens dos candidatos em carreatas, passeatas e caminhadas, ou durante reuniões.
Na rua
Na rua é proibido fazer propaganda de qualquer natureza (incluindo pinturas, placas, faixas, cavaletes e bonecos) em locais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios e estádios, ainda que de propriedade privada. A proibição se estende a postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes e paradas de ônibus, árvores, muros e cercas.
Para não dizer que tudo está proibido, é permitido colocar bandeiras nas ruas, desde que não atrapalhem o trânsito de pessoas e veículos, no período entre 6h e 22h. Também é permitido colar adesivo (de 50 cm x 50 cm) em carros, motos, caminhões, bicicletas e janelas residenciais.
Em veículos, “envelopar" o carro (cobri-lo totalmente com adesivo) com propaganda eleitoral, também está proibido. No máximo, poderá ser adesivado o para-brisa traseiro, desde que o adesivo seja microperfurado, ou colocar em outras posições adesivos que não passem de meio metro quadrado. Nada de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, outros bens. Outdoor, também não pode, nem os tradicionais e tampouco os digitais.
Na internet
Diante das restrições, os candidatos terão e já estão apostando em um campo que tem sido cada vez mais explorado nas eleições municipais em Votuporanga: a internet, mais em específico as redes sociais.
É proibida a veiculação de propaganda eleitoral paga na internet. A exceção é nas redes sociais, onde publicações podem ser impulsionadas, mas com restrições: os posts devem ser feitos pelo candidato, partido ou coligação, e o pagamento deve ser feito diretamente às empresas. Os perfis em que essas propagandas serão feitas devem ser registrados junto à Justiça Eleitoral. Mensagens anônimas são estritamente proibidas, principalmente as de ataque.
Na internet também está proibida utilização de conteúdo sintético multimídia gerado por meio de inteligência artificial sem a informação da natureza desse conteúdo, bem como da tecnologia empregada em sua produção. Também é proibida a divulgação de conteúdo produzido ou manipulado para difundir fatos notoriamente inverídicos ou descontextualizados que possam causar danos ao equilíbrio do pleito ou à integridade do processo eleitoral.
Também é proibido produzir conteúdo em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que com autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia — deep fake.
Sola de sapato
Diante das limitações que, segundo a Justiça Eleitoral busca garantir uma disputa eleitoral limpa entre todos os candidatos, o jeito é gastar sola de sapato. Como noticiado ontem pelo A Cidade, tanto Bruno Arena (PT), quanto Dalbert Mega (PRD), Dr. Hery (Avante) e Jorge Seba (PSD) intensificaram suas agendas de campanha, com visitas a fábricas, ao comércio e pequenas reuniões nos bairros, tudo em busca do voto.