Baixa umidade relativa do ar causa problemas e faz a procura por atendimento médico aumentar em Votuporanga
UPA de Votuporanga (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
A baixa umidade do ar pode trazer uma série de efeitos negativos ao sistema respiratório, especialmente em períodos de clima seco. Quando a umidade relativa do ar cai para níveis abaixo de 30%, o ar se torna mais seco, o que pode impactar diretamente as vias respiratórias e a saúde geral. Nos últimos três meses, mais de 10 mil pessoas foram atendidas na rede de saúde pública de Votuporanga por conta de problemas no sistema respiratório.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde solicitados pelo jornal
A Cidade, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) foram registrados 1.913 atendimentos em junho, 1.424 em julho e 1.729 em agosto, portanto um total de 5.066 atendimentos por problemas respiratórios.
Já no Pronto Atendimento Fortunata Germana Pozzobon, conhecido como o Mini-Hospital do Pozzobon, foram realizados 2.489 em junho, 1.566 em julho e 1.797 em agosto, totalizando 5.852 atendimentos por complicações no sistema respiratório. Contabilizando os números das duas unidades de saúde, são 10.918 atendimentos. Os números são somente da rede pública, portanto a quantidade de atendimentos deve ser maior se fossem contabilizados os dados da rede privada.
A principal consequência da baixa umidade do ar é o ressecamento das mucosas que revestem o trato respiratório. Essas mucosas são responsáveis por manter as vias aéreas úmidas e ajudar na filtração de partículas, como poeira e microrganismos, que podem causar infecções. Com o ar seco, essas mucosas se desidratam, resultando em:
O ressecamento pode provocar uma sensação de desconforto na garganta, tosse seca, rouquidão e irritação nasal. O muco, que protege as vias respiratórias, torna-se mais espesso e menos eficiente, o que dificulta a expulsão de partículas, como poeira, poluentes e agentes infecciosos. Assim, a barreira natural do sistema respiratório fica comprometida, facilitando o desenvolvimento de doenças como resfriados, sinusite, bronquite e até crises de asma.
A secura pode causar rachaduras nas narinas, aumentando a ocorrência de pequenos sangramentos. Pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite, podem ter os sintomas agravados, devido à dificuldade de manter as vias aéreas adequadamente umidificadas.
Dicas para combater a baixa umidade do ar
Embora não seja possível controlar o clima, há diversas medidas que podem ser adotadas para minimizar os impactos da baixa umidade do ar sobre o sistema respiratório.
Hidrate-se bem: Beber bastante água ajuda a manter o corpo hidratado e contribui para a produção de mucosa, fundamental para a proteção das vias respiratórias.
Use umidificadores de ar: Umidificadores podem ser colocados em ambientes internos para aumentar a umidade do ar e reduzir os sintomas de secura. Se não tiver um umidificador, recipientes com água ou toalhas úmidas também podem ajudar.
Evite o uso excessivo de ar-condicionado: O ar-condicionado tende a ressecar ainda mais o ar, agravando os sintomas respiratórios. Se precisar usá-lo, considere umidificar o ambiente.
Mantenha as narinas úmidas: O uso de soro fisiológico pode ajudar a hidratar as vias nasais, prevenindo ressecamento e irritação.
Ventile os ambientes: A circulação de ar fresco pode ajudar a reduzir o desconforto causado pela secura, além de melhorar a qualidade do ar.
Evite poluentes: Durante períodos de baixa umidade, evite locais com muita poeira ou poluição, já que o ar seco dificulta a filtragem dessas partículas.
Cuide da higiene das vias aéreas: Limpar o nariz com soro fisiológico e fazer inalações com vapor de água ajudam a manter o sistema respiratório hidratado.