Eugênio da Silva, conhecido carinhosamente como Tesourinha faleceu na tarde desta quarta-feira (09), vítima de Covid-19
Eugênio da Silva, conhecido carinhosamente como Tesourinha faleceu na tarde desta quarta-feira (09), vítima da Covid-19 (Foto: A Cidade)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
O músico da banda Zequinha de Abreu e que levou o nome de Votuporanga para todo o Brasil com o seu saxofone, Eugênio da Silva, conhecido como Tesourinha, faleceu na tarde desta quarta-feira (09), na UTI da Santa Casa de Votuporanga, vítima da Covid-19.
Tesourinha passou 15 dias internado e por conta das complicações do vírus, precisou ser intubado, mas não resistiu. Seu sepultamento ainda não teve horário divulgado, mas seguirá com os protocolos estabelecidos para contenção da Covid-19.
Tocar e viver em Votuporanga eram as duas das grandes paixões de Tesourinha. Ele tocava sax, clarinete e flauta e dizia que só ia parar quando “minhas pernas não puderem me aguentar”.
Sobre Votuporanga, ele comentava: “foi aqui que me casei e tive meus filhos. Até a minha sepultura já está adquirida e é aqui que vou ficar para sempre”.
A carreira
Nos anos 50 surgiram as grandes orquestras que animavam os bailes de formatura e das debutantes. Tesourinha, Riva e Oliveira lançaram a Orquestra Guarany de Votuporanga que foi a sensação até 1959.
Com o fim da Guarany, Tesourinha se aventurou em outros palcos. Primeiro foi para a Orquestra Pedrinho de Guararapes e pouco tempo depois recebeu um inusitado convite: tocar sax na mais importante boate da capital que estava nascendo: Brasília. Ele dizia que a boate Macumba só recebia gente do alto escalão do governo.
O vice-presidente da República, João Goulart era um frequentador de rotina e filhas do presidente Juscelino também tinham lugar cativo. Numa noite o próprio Presidente foi cumprimentá-lo. Mas, ele não esquece nunca é do Chefe da Casa Civil da Presidência que, discretamente, lhe oferecia cachê para ouvir a sua música predileta.
No final do ano de 1959, quando houve a eleição para presidente, Jânio Quadros venceu e o grupo de músicos foi convidado a tocar no coquetel de despedida de Juscelino Kubitschek, no Palácio da Alvorada. Jânio Quadros, quando assumiu o poder, mudou a rotina de Brasília e os músicos da noite perderam o emprego, a boate fechou por falta de movimento.