Emeli Guerguti, de 19 anos, foi encontrada em lixão, em Tabapuã (SP). Ex-namorado passa por júri nesta 4ª feira. MP quer, no mínimo, 15 anos de prisão. Defesa de Lucas Alves vai tentar diminuir pena alegando que cliente é réu confesso.
Réu, que está preso, chegando ao júri popular em Tabapuã (Foto: Renato Pavarino/)
A promotora de Justiça Bruna Maria Buck Muniz classificou o assassinato da jovem Emeli Maria Carvalho Guerguti, de 19 anos, como "hediondo e horroroso". Emeli foi encontrada morta em um lixão de Tabapuã (SP) no dia 31 de março.
O suspeito de matar a jovem e esconder o corpo dela no lixão é o ex-namorado dela, Lucas Ruan Silva Alves, que está preso desde o crime e passa por júri popular nesta quarta-feira (21), na Câmara de Vereadores da cidade.
"O réu está sendo processado por ocultação de cadáver e feminicidio com duas qualificadoras: asfixia e motivo torpe. Sendo assim, ao fim do júri popular, o Ministério Público espera que o réu seja condenado por, no mínimo, 15 anos de pena. Menos que isso, não seria justo", afirmou a promotora ao G1.
"Queremos que seja aplicada a pena mais justa. Meu cliente é réu confesso. A autoria e a materialidade já foram comprovadas nos autos. Nós vamos tentar desqualificar as qualificadoras impostas pelo Ministério Público. Entre elas, estão o motivo torpe, que entendemos que não houve, e as asfixia", diz Bolzani Filho.
O júri, que estava marcado para 9h, começou com quase uma hora de atraso e não tem previsão para terminar. Oito testemunhas foram arroladas, mas somente cinco serão ouvidas durante a audiência. Até as 11h30, cinco pessoas tinham sido ouvidas.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo da Emeli foi encontrado no dia 1º de abril em um terreno onde funcionava o antigo lixão da cidade.
Lucas Ruan foi preso e confessou à polícia que a matou por ciúme. Emeli já tinha entrado com um pedido de medida protetiva contra o suspeito.
Segundo o Ministério Público, os dois conviveram em união estável durante quatro anos, relação da qual resultou um filho. Contudo, a vítima se separou dele devido às discussões constantes.
Crime
No dia 31 de março, ambos saíram de Novais (SP), cidade onde moravam, para ir em um churrasco na casa de um amigo, em Tabapuã. Durante um período do evento, os dois permaneceram juntos, aparentando ter uma relação harmoniosa.
No entanto, Emeli e Lucas saíram da casa para ir em um comércio, onde o suspeito teria visto outro homem trocando mensagens com a, então, namorada. O fato deixou o jovem extremamente nervoso, de acordo com o MP.
Ao retornar para a casa onde o churrasco estava sendo realizado, os participantes perceberam que Lucas estava visivelmente nervoso e inquieto. Minutos depois, ambos saíram do local em uma motocicleta pilotada pelo suspeito.
Ainda de acordo com o MP, durante o trajeto de volta para casa, Lucas passou a discutir com a vítima e parou no terreno do antigo lixão, onde começaram a brigar. O suspeito empurrou a jovem, que caiu no chão, e passou a asfixiá-la.Logo após matar a vítima, o suspeito levou o corpo da ex-namorada a um lugar próximo e o ocultou sob a vegetação que cobre o local. O acusado mandou mensagens com o aparelho celular da vítima, se fazendo passar por ela, para a mãe de Emeli e para uma amiga dela.
Ao receberem a informação do desaparecimento da vítima, policiais civis começaram a investigar o caso e suspeitaram de Lucas, pois ele já tinha um histórico violento.
Lucas foi questionado pelos investigadores, mas negou saber o paradeiro dela. No entanto, acabou confessando que matou Emeli e escondeu o corpo dela no terreno.