Entre os crimes investigados estão corrupção, fraude em licitações e desvio de recursos públicos de até R$ 300 milhões. Pai e o irmão do político também foram presos.
Brito Júnior, Brito Miranda e Marcelo Miranda foram presos pela PF nesta quinta (26) — Foto: Ademar dos Anjos/Divulgação
O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) chegou a Palmas por volta das 12h20 desta quinta-feira (26) em um avião da Polícia Federal que não estava identificado. Ele foi preso em Brasília durante a operação 12º Trabalho.
Ao lado do pai, José Edmar Brito Miranda, e do irmão, José Edmar Brito Miranda Júnior, que também foram presos, o político é suspeito de integrar uma organização criminosa que teria causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos. Entre os crimes investigados, estão corrupção, fraude em licitações e desvio de recursos públicos.
Brito Júnior, Brito Miranda e Marcelo Miranda foram presos pela PF nesta quinta (26) — Foto: Ademar dos Anjos/DivulgaçãoBrito Júnior, Brito Miranda e Marcelo Miranda foram presos pela PF nesta quinta (26) — Foto: Ademar dos Anjos/Divulgação
Brito Júnior, Brito Miranda e Marcelo Miranda foram presos pela PF nesta quinta (26) — Foto: Ademar dos Anjos/Divulgação
O tempo de permanência na prisão dos três investigados não tem prazo determinado pela Justiça. O pai do ex-governador, José Edmar Brito de Miranda vai poder responder em liberdade. O juiz estipulou fiança de 200 salários mínimos levando em consideração os 85 anos de idade e o estado de saúde dele.
O ex-governador deverá ficar detido em sala do estado maior a ser indicada pelo Comando-Geral da PM do Tocantins.
José Edmar Brito Miranda, de 85 anos, foi preso em um apartamento em Palmas. O irmão do ex-governador, José Edmar Brito Miranda Júnior, foi encontrado em Santana do Araguaia (PA).
A defesa da família informou que não há fundamento para a prisão. "São fatos antigos, requentados e já reprisados na denúncia ofertada na operação Reis do Gado. Ação penal que, embora se tenha apresentado defesa, até o momento não há decisão", diz a defesa.
De acordo com a Justiça, o suposto esquema criminoso se perpetuou em todos os mandatos de Marcelo Miranda à frente do governo estadual. O esquema seria tão sofisticado e bem articulado, com utilização de laranjas e prepostos, que a Justiça encontrou apenas R$ 256 nas contas do ex-governador.
O nome da operação faz referência ao 12º trabalho de Hércules, seu último e mais complexo desafio, que consistia em capturar Cérbero.
A esposa de Marcelo Miranda, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), divulgou nota afirmando que não teve acesso ao processo. Ela disse que tem plena convicção da inocência e da integridade do marido e que estende a mesma confiança ao sogro e ao cunhado.
O MDB informou que não vai se manifestar.
O esquema
O objetivo da operação desta quinta é desarticular uma organização criminosa suspeita de prática constante de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais.
"Um núcleo familiar, composto por três pessoas influentes no meio político do Tocantins, sempre esteve no centro das investigações, com poderes suficientes para aparelhar o Estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa", diz nota da PF.
De acordo com a Polícia Federal, mesmo depois das investigações tornarem-se públicas, o grupo continuou fazendo operações simuladas envolvendo o comércio de gado de corte e empresas de fachada, construção e venda de imóveis.