Paciente é uma estudante que viajou para Wuhan, na China. Governo Federal passa a considerar como caso suspeito qualquer pessoa que tenha vindo da China nos últimos 14 dias e que apresente febre e sintomas respiratórios.
Mandetta destacou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar como "elevado" o risco internacional de contaminação pelo novo coronavírus (Foto: Divulgação)
O Ministério da Saúde investiga um caso suspeito de coronavírus em Minas Gerais. Nesta terça-feira (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que investiga uma paciente que apresentou sintomas compatíveis com os da doença. Além disso, o ministério orienta que brasileiros evitem viajar à China ou embarquem somente em casos de extrema necessidade.
A paciente cujo caso está sob investigação médica é uma estudante de 22 anos que viajou para Wuhan, na China. Ela chegou em território brasileiro no dia 24 de janeiro. Segundo o ministro, a estudante está em um hospital de alta organização na área de infectologia. Todas as 14 pessoas que tiveram contato com a estudante também estão sendo monitoradas.
O Ministério da Saúde também informou que deverá considerar como caso suspeito qualquer pessoa que tenha vindo da China nos últimos 14 dias com os sintomas da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está levantando os outros viajantes que estavam no voo que viajou da China até o Brasil - escalas foram feitas em Paris e Guarulhos.
Paciente passa bem
De acordo com Mandetta, a paciente monitorada relata não ter ido ao mercado de peixes da cidade, não ter tido contato com nenhuma pessoa doente e não ter procurado nenhum serviço de saúde enquanto estava na cidade. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, a jovem passa bem.
O surto de coronavírus provocou 106 mortes na China, onde o número de infectados passa de 4,5 mil. De todas as mortes até o momento, 100 foram registrada na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em 4 continentes já confirmaram casos importados da doença.
Nesta terça, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Mandetta disse que o Instituto Butantã participará de um "esforço internacional" para a produção de uma vacina contra o coronavírus.
'Perigo iminente'
O Ministério da Saúde elevou a classificação de risco do Brasil para o nível 2, que significa "perigo iminente" - até segunda-feira (27) o país estava em nível 1 de alerta. A mudança de patamar faz parte de um protocolo envolvendo a escala, que vai de 1 a 3 - o nível mais elevado só é ativado quando são confirmados casos transmitidos em solo nacional.
- Nivel 1- alerta
- Nível 2 - perigo iminente
- Nível 3 - emergência em saúde publica
O Ministério diz ter recebido, desde o início do surto de coronavírus na China, "mais de 7 mil rumores" de infecção, segundo Mandetta. Desse total, 127 exigiram verificação do órgão e apenas um se confirmou como suspeita.
O ministro da Saúde afirmou que o governo federal "está preparado" para detectar o vírus. "Não é um sistema que está sendo preparado agora. Temos o plano de contingência e o que vamos fazer é atualizar."
Mandetta destacou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar como "elevado" o risco internacional de contaminação pelo novo coronavírus - antes, considerado "moderado". Segundo o ministro, com o novo status, o Brasil amplia o monitoramento dos casos. Ele explica que antes, o governo monitorava pessoas que passaram pela província de Wuhan, onde estão concentrados os casos na China.
Brasileiros na China
Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversaria com Mandetta para se informar sobre os riscos que envolvem brasileiros dentro e fora do país. Na ocasião, o presidente afirmou que não recomendaria a retirada das famílias brasileiras da China.
Ao ser questionado sobre o pronunciamento do presidente, Mandetta afirmou que já conversou com Bolsonaro, explicando a classificação da OMS e a necessidade de ampliação da vigilância no país. Já sobre a retirada de brasileiros da China, afirmou que compartilha do mesmo posicionamento do chefe do Executivo.
"Quando temos uma situação como essa, recomendamos que a pessoa tem que está onde ela está. Não é orientado remoção, até porque você não tem um tratamento específico para essa doença. Primeiro se esclareça o caso para depois fazer qualquer tipo de movimentação", defendeu.
O ministro se referiu à família brasileira que está nas Filipinas, mas que passou por Wuhan, na China. Trata-se de um casal e um filho de 10 anos. A criança está com suspeita de contaminação e foi colocado em isolamento. Os pais da menina também estão isolados por precaução.
Ministério 'desaconselha' viagem para a China
Mandetta foi questionado sobre o posicionamento do Ministério da Saúde, em "desaconselhar" viagens à China. Ao comentar, o ministro negou que haja "proibição".
"Nós estamos desaconselhando, não estamos proibindo. Faça viagem só se for estritamente necessário. Você não sabe qual é a característica do vírus", disse.
Segundo o ministro, a orientação visa proteger o próprio cidadão e outros brasileiros em território nacional. "Não é recomendável que a pessoa se exponha e depois retorne ao Brasil e exponha mais pessoas", disse.