Secretário protocolou pedido na Câmara e promete encaminhar novo testemunho com provas de irregularidades ao Ministério Público
Foto postada no Facebook de Emerson questiona ausência de Edilson
Fábio Ferreira
O caso de denúncia de irregularidades em uma viagem feita pelo vereador Edilson do Santa Cruz a cidade de Praia Grande, em fevereiro de 2014, e que teve desfecho favorável ao parlamentar municipal em julho deste ano na Câmara, com absolvição por 13 votos a 2, deve ganhar novos capítulos. Depois de acusações de Edilson na tribuna do Legislativo sobre as eleições do Conselho Tutelar, o secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira, protocolou na última terça-feira, na Casa de Leis, um pedido de reabertura do processo.
De acordo com Emerson Pereira, ele possuí provas que podem mudar a história da absolvição. “Meu advogado vai analisar e pedir para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar reabrir o processo para inserirmos novas informações. Temos fotos e outras coisas que vão causar boas surpresas ao Edilson”, garantiu o secretário de Direitos Humanos.
Apesar do desfecho do processo internamente na Câmara Municipal, o mesmo ainda não teve uma conclusão no Ministério Público. “Também vou encaminhar provas e solicitar novo testemunho à Promotoria. Quero incluir nesses depoimentos o presidente da Comunidade Mão Amiga (Jerri Aparecido da Costa) para esclarecer algumas informações falsas. Na época, foi utilizado o nome da entidade pelo Edilson em sua defesa e ele sequer um dia pisou na entidade”, acusou Emerson Pereira.
A intenção de reabertura do processo, segundo Emerson, é provar que Edilson fez uso do dinheiro público para comparecer na época ao lançamento da candidatura a deputado de Luiz Carlos Motta (PTB). Na mesma viagem, além de Emerson Pereira, estiveram presentes os vereadores Vilmar da Farmácia e Pedro Beneduzzi. A justificativa da ida à Praia Grande foi a visita ao Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua daquela cidade.
Resposta
Questionado sobre a atitude de Emerson Pereira, o vereador Edilson do Santa Cruz se disse tranquilo. “Ele chegou a me ligar e ameaçar que iria fazer isso, vejo como o ato de alguém desesperado. O processo já ocorreu e provei a minha inocência. Quanto ao Ministério Público, me coloco à disposição do órgão para qualquer tipo de esclarecimento que precisem”.
O vereador do PDT também negou que tenha usado o nome da entidade Mão Amiga durante qualquer momento da defesa. Por fim, o parlamentar municipal cutucou Emerson dizendo que estranha o pedido de reabertura do processo. “Engraçado ele pedir a reabertura do processo justo agora quando denunciei possíveis fraudes na eleição do Conselho Tutelar. Inclusive, vou solicitar que o Ministério Público apure as irregularidades que ocorreram”, concluiu.