Cidade tem 1.323 casos e faz um trabalho intenso para evitar o aparecimento do zika vírus e febre chikungunya
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Dengue sempre foi assunto sério, agora, com o surgimento de outras doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, os cuidados foram redobrados pelas autoridades de saúde de todo o Brasil. Em Votuporanga, casas e estabelecimentos comerciais com foco do transmissor podem receber multas, caso não sigam as orientações da Vigilância Sanitária. Em 2015, já foram feitas 23 autuações, que variam de 100 a 1.000 UFM (Unidades Fiscais do Município). O valor de cada UFM é de R$ 2,93.
De acordo com Danielli de Abreu Leppos - coordenadora da Vigilância Sanitária Municipal, as empresas são os locais onde mais são encontrados os focos do Aedes. As residências também são autuadas, porém, a Vigilância Sanitária só tem acesso às casas mediante notificação dos agentes de endemias do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses).
São autuados os locais que apresentam foco de larva do Aedes Aegypti ou água parada que sirva de criadouro para o mosquito. Todo o recurso recebido por meio das multas é revertido para a saúde municipal.
No ano de 2013, Votuporanga registrou 1.398 casos de dengue; em 2014, a quantidade subiu assustadoramente para 2.946 casos; agora, em 2015, já são 1.323 pessoas. Com risco de nova epidemia, o município tem elaborado estratégias de combate ao Aedes aegypti.
A medida para evitar a doença todos já sabem, basta não deixar vasilhas com água para no quintal e até mesmo dentro de casa.
Zika vírus e Febre Chikungunya
Para evitar a chegada do zika vírus e febre chikungunya, o Secez tem realizado ações durante o ano todo para o combate do mosquito transmissor dessas doenças, que é o Aedes aegypti, dentre elas, destacam-se: bloqueio de criadouros nos casos suspeitos e positivos de dengue; bloqueio de nebulização em casos positivos de dengue; bloqueio de nebulização ambiental nas áreas do bairro; visitas em pontos estratégicos; visitas em imóveis especiais; atendimento a notificação; e visitas casa a casa.
O Setor promove ainda atividades de comunicação e mobilização nas escolas municipais e privadas, treinamento dos agentes comunitários e endemias no controle e orientação sobre a dengue, zika vírus e febre chikungunya; parcerias com igrejas e clubes de serviços para a divulgação da doença bem como os arrastões para a limpeza das residências.
Grávidas e testes para zika
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo vai oferecer, por meio do Instituto Adolfo Lutz, testes confirmatórios para zika vírus na rede de saúde.
O exame de sorologia pelo método Elisa, que permite detectar anticorpos no sangue mesmo após a fase aguda da infecção, estará disponível para investigação de todos os casos suspeitos.
Essa estratégia de confirmação laboratorial já é adotada por São Paulo para suspeitas de dengue.
Os kits para a realização dos testes de sorologia deverão chegar ainda neste mês e serão usados a partir do próximo ano.
Além disso, o exame será implantado para o pré-natal de gestantes no SUS (Sistema Único de Saúde), mediante adesão dos municípios e por meio da criação de um protocolo estadual.
Se o teste der positivo para zika, serão oferecidos exames morfológicos e acompanhamento, além de amparo emocional após o nascimento dos bebês, caso haja alguma má-formação.
A sorologia para identificação do zika também deverá ser aplicada em bancos de sangue e centros de transplantes de órgãos em todo o Estado, a partir de 2016.