Crime aconteceu no dia 17 de novembro de 2018, no bairro Morada do Sol, em Tabapuã (SP). Réu confessou à polícia que cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento.
Júri está sendo realizado na Câmara de Tabapuã — Foto: Monize Poiani/TV TEM
O caminhoneiro Renato Rodrigues, de 35 anos, acusado de matar o sogro José Carlos Martins com um golpe de faca no pescoço e agredir a ex-companheira Luíza Aparecida Martins, em Tabapuã (SP), está sendo julgado em um júri nesta quarta-feira (25), na Câmara dos Vereadores do município.
O crime aconteceu no dia 17 de novembro de 2018, por volta das 23h35, no bairro Morada do Sol.
De acordo com o promotor Marcos Antônio Lelis, o acusado conviveu em união estável por três anos com Luzia Aparecida Martins e teve um filho com ela. Por problemas no relacionamento, a vítima decidiu se separar e se mudou juntamente com o filho para a casa dos pais dela.Ainda segundo o promotor, por não aceitar o fim do relacionamento, Renato passou a ligar para o celular de Luíza e ameaçá-la de morte, fazendo com que ela bloqueasse as chamadas feitas pelo réu.
No dia em que o crime foi cometido, Renato consumiu bebidas alcoólicas em um bar da cidade. Usando outra linha telefônica, o acusado ligou para Luíza e novamente a ameaçou, dizendo que iria matá-la.
Em seguida, ele entrou no caminhão dele, invadiu o imóvel dos pais de Luíza batendo o veículo no portão de entrada da casa e contra a parede de um dos cômodos e entrou no local.Agressões
Ainda segundo o promotor responsável pelo caso, assustados com o barulho da colisão, os moradores foram até uma porta pela qual o réu tentava acessar e conseguiram segurá-la.
No entanto, Renato colocou a mão em um vão existente na porta e desferiu um golpe utilizando uma faca que acertou o pescoço José Carlos.
Mesmo ferido gravemente, a vítima conseguiu impedir a entrada do acusado na casa e retirar a faca da mão dele. No entanto, José Carlos caiu no chão e o réu conseguiu entrar na casa.
Segundo a promotoria, Renato pegou a faca e passou a correr atrás da ex-companheira, mas acabou escorregando. Com a queda, ele fraturou o antebraço e a lâmina da faca quebrou, restando apenas o cabo de madeira.
Logo após, o réu se levantou, conseguiu alcançar Luíza e passou a agredi-la com socos e golpes com o que restou da faca. As agressões só pararam porque os irmãos dela pegaram um cabo de um rodo e começaram a agredir Renato.
Contudo, o caminhoneiro ainda conseguiu pegar o cabo de madeira e agrediu os dois, mas acabou sendo contido.
A Polícia Militar foi acionada e conseguiu prender o réu. Na época, ele foi levado à delegacia da cidade e confessou ter cometido o crime.
Acusação
Para o Ministério Público, Renato agiu por motivo torpe ao tentar suprimir Luíza movido pelo sentimento de posse, uma vez que não se conformava com o término do relacionamento.
O réu ainda também dificultou a defesa de José Carlos porque o matou sem que ele tivesse qualquer chance de reação.
Por fim, o Ministério Público também acredita que Renato empregou meio cruel para matar José porque, de forma intencional e com o fim de matá-lo para conseguir executar o feminicídio contra a ex-companheira, causou sofrimento físico já que o golpe o fez agonizar.
Por isso, ele foi denunciado por homicídio consumado qualificado contra José para assegurar a execução de outro crime, tentativa de homicídio qualificada por motivo torpe contra Luíza, e pela situação de sexo feminino e por duas lesões corporais leves.