Na foto, a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba Foto: Gilmar Rose/Photo Premium / Agência O Globo
Entre os beneficiados estariam políticos do MDB, que controlavam a área internacional da Petrobras. O lobista Jorge Luz, que assinou acordo de delação premiada, teria intermediado cerca de US$ 6 milhões em propina vinculada às sondas. Ele citou entre possíveis beneficiários o deputado federal Aníbal Gomes, o então Ministro Silas Rondeau e os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho. Luz e seu filho, Bruno Luz, disseram que o dinheiro aos políticos foi direcionado a conta em nome da off-shore Headliner Limited.
Uma das contas ligadas ao grupo cervejeiro foi usada, por exemplo, para pagamentos de vantagens indevidas a ex-auditores fiscais da Receita Federal, investigados na Operação Vulcano.
Operação Rock City
A 62ª fase da Lava-Jato — denominada "Rock City" — tem como base as delações premiadas dos executivos da Odebrecht . De acordo com os colaboradores, a cervejaria Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior, em uma operação conhecida como "operações dólar-cabo".
Ainda de acordo com os delatores, a Odebrecht lançou mão do Grupo Petrópolis para fazer doações de campanha eleitoral para políticos entre 2008 e junho de 2014. O valor dos repasses seria de pelo menos R$ 120 milhões.
Em troca das doações, Faria teria recebido investimentos em suas empresas e participação em projetos da Odebrecht.
Para gerar reais em espécie, o Grupo Petrópolis teria burlado medidores industriais de fábricas, permitindo produção de cerveja sem pagar impostos. A produção não contabilizada oficialmente era vendida a bares, sem nota fiscal, viabilizando recursos em espécie.
Parte das operações ilegais entre a Odebrecht e a cervejaria está contida, segundo a Justiça, numa planilha denominada "Amizade" e entregue pela empreiteira.