Pessoas que se recusarem a tomar vacina contra a Covid-19 terão que assinar termo
(Foto: Guilherme Baffi/Jornal Diário da Região)
A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto passou a exigir a assinatura de um "termo de recusa e responsabilidade" de pessoas que se recusarem a tomar vacina contra a Covid-19 por não aceitar determinada marca de imunizante. Atualmente, as doses aplicadas em Rio Preto são Coronavac/Butantan, Oxford/AstraZeneca, Pfizer e Janssen.
O documento, que passa a estar presente nos postos de vacinação a partir desta terça-feira (29) será anexado ao prontuário médico do paciente da rede municipal de Saúde. Segundo o secretário de Saúde, Aldenis Borim, trata-se de um termo simples, em que vai estar escrito que a Secretaria ofereceu vacina, dentro do calendário, mas a pessoa se recusou a tomar.
A medida tem o objetivo de evitar que as pessoas deixem de se vacinar para poder escolher a marca da vacina. Quem toma esse tipo de atitude já ganhou até um apelido: "sommelier de vacina". Nesta segunda-feira (28), com a chegada das primeiras doses da Janssen à cidade, houve "corrida" de moradores a locais onde o imunizante estava sendo aplicado - ela é a única, entre as aplicadas em Rio Preto, com dose única.
A fila de espera na Swift dobrou de tamanho quando as pessoas souberam por meio de amigos que a dose aplicada no complexo era da Janssen. Por outro lado, a fila de espera no posto de saúde do Jaguaré, na avenida Danilo Galeazzi, esvaziou rapidamente, porque as pessoas deixaram o local e foram em direção à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Americano, onde tinha 300 doses da Janssen à disposição.
Quem trabalha nos postos de vacinação tem convivido com a recusa a determinadas vacinas e a predileção por outras. "A pessoa já pergunta no portão: qual a vacina que está sendo aplicada. Se não é da Pfizer ou da Janssen, vai embora. Triste, porque nós funcionários recebemos vacina da Coronavac e ela protege do mesmo jeito que as outras", afirmou uma agente de saúde na porta da escola.
"Fiquei sabendo que aqui está tendo a Janssen, que é uma vacina de uma dose só. Eu vim correndo", diz o empresário Ivan Ferreira Júnior, de 43 anos, que foi à Swift.
Por outro lado, tinha nas filas quem estava à procura de qualquer vacina, desde que conseguisse ser imunizada, como Roseli Oliveira, 57 anos. "Eu não vim antes, porque tinha tomado a vacina da gripe (H1N1). Tinha de fazer um intervalo de 15 dias. Não faço questão de saber o tipo de vacina. Sendo imunizado é o mais importante", comenta a moradora.
A gerente de imunização de Rio Preto, Michela Barcelos, considera lamentável o comportamento de quem quer escolher a vacina. "Lamento esse comportamento da população de escolher vacina. A nossa orientação é que as pessoas que estão incluídas na campanha reconheçam a importância desse ato, não só para proteção individual, mas coletiva. Precisamos avançar na proporção de pessoas vacinadas para conseguir conter a transmissão do vírus e reduzir os casos e óbitos pela Covid. Todas as vacinas utilizadas são seguras e eficazes", diz a gerente.
*Com informações Diário da Região