A advogada, Paula Sandes, teve o próprio pai como primeiro cliente; Valter Sandes foi inocentado da acusação de homicídio qualificado
A advogada se formou e passou no exame da OAB no ano em que tudo aconteceu; seu pai, então, se tornou o seu primeiro cliente (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
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No dia 24 de setembro o Tribunal do Júri de Votuporanga apresentou seu veredito: Valter Donizete Sandes é inocente da acusação de homicídio qualificado, crime que ocorreu no dia 13 de julho de 2017, no Centro de Valentim Gentil. Ao término do julgamento, um abraço mais apertado do então réu em sua advogada revelou os bastidores de um drama familiar.
A advogada em questão é Paula Sandes, filha de Valter Sandes. Ela se formou e passou no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no ano em que tudo aconteceu. Seu pai, então, se tornou o seu primeiro cliente e, ao lado do advogado votuporanguense, Douglas Fontes, ela conseguiu juntar provas que atestassem a inocência dele.
“O primeiro desafio foi a revogação da prisão preventiva. Tentamos quebrar, mas não conseguimos na primeira instância e quando chegou no STJ o pedido ficou travado por mais de três meses. Foi quando decidi ir até Brasília e consegui despachar com o ministro relator do caso e cinco dias depois saiu a decisão de que ele poderia responder em liberdade”, explicou a advogada.
Vencida essa etapa, Paula e Douglas Fontes seguiram com a coleta de provas e depoimentos que atestassem a inocência de Valter Sandes. O julgamento demorou um pouco mais do que o de costume em razão da pandemia, mas depois de quatro anos de acusações, veio a absolvição.
“Como filha sempre tive a certeza da inocência do meu pai, pois conheço ele como pessoa, mas como advogada eu sabia que precisava provar isso para os jurados, pois eles não o conheciam, não sabiam da sua índole. Coube a nós então apresentar as provas corretas para que eles chegassem à conclusão de que ele realmente é inocente e felizmente conseguimos”, concluiu.