Acho petulante escrever ou simplesmente dizer que algo é ou está proibido. Proibir para mim é ato de tirania e fruto de educação mal aprendida. É muito mais sensato usar uma terminologia que não conduza a prepotência de quem solicita. Outro dia, vi neste matutino uma placa pichada por alguém. Ato de delinquência, claro. A placa dizia “proibido o trânsito de bicicleta na pista”. É claro que quem leu a placa fez questão de não respeitá-la porque sentiu o poder autoritário sobre seus ombros, o que não deveria acontecer se a placa tivesse corretamente escrita. “Ciclistas, transitem pelo acostamento preservando sua própria vida”.
Quem tem o poder nas mãos, seja lá qual setor, tem a mania de tentar ser superior, num ato desnecessário de arrogância. As pessoas que estão encarregadas de ajudar na convivência de modo geral precisam conjugar o verbo educar. Você já percebeu que o carro que cuida da educação do trânsito tem escrito em suas portas “fiscalização”. Para que isso? Por que não escreveram “estamos a serviço de um trânsito sem riscos”. Será que imaginam que os usuários se sentem pressionados quando leem ‘fiscalização’? Educar será sempre melhor que punir. Você já percebeu quando passa perto de um funcionário público a serviço do trânsito como ele se porta? De rosto sério, nariz empinado, como se fosse o dono do pedaço. Ele precisa aprender que nada mais é do que um funcionário do povo, que recebe seus salários porque nós somos os pagadores. Toda pessoa que ocupa um cargo público é funcionário do povo e ela precisa ter consciência disso. Se não fosse o povo contribuir não existiria funcionário público trabalhando. Como o funcionário é normalmente ‘concursado’ ou ‘eleito’, ele se acha no direito de pensar que suas atitudes estão sempre acima dos direitos do cidadão comum, pressupondo ter o poder nas mãos. Já conheci pessoas que realizaram concursos, mas tinham certeza que o cargo já o esperava. Já se falou muito neste país que urnas eletrônicas podem ser manipuladas e até eleger presidenta de última hora. Países sérios não usam urnas eletrônicas porque sabem que podem ser adulteradas. Quer exemplo vivo disso? Ah...deixa pra lá. Quero mesmo é falar do verbo proibir aplicado arrogantemente pela maioria daqueles que acham que têm o poder absoluto. Muitos que se utilizam da arbitrariedade de proibir (verbo nojento) nunca foram à escola. Se o foram, não se educaram. Apenas aprenderam desenhar seu nome. É muito mais educado e saudável dizer que você “não deve ultrapassar pela direita” do que “é proibido ultrapassar pela direita”. Observe no trânsito e constate a atitude de certos motoristas. Ultrapassam tanto pela esquerda quanto pela direita e eu não conheço nenhum que teve, por sua atitude, qualquer tipo de pena. ‘Proibido’ é um termo inescrupuloso, hipócrita e sem nenhum senso educativo. Senhores dirigentes, mudem a terminologia das recomendações que usam para orientar a população. Sejamos educados e polidos no palavreado.
Proibir é termo nojento, Hitleriano, Mussolinizado e Stalinizado, que não deve ser usado para educação de ninguém. Já lestes em placa indicatória as frases: “por favor, caminhe pela calçada”; “por favor, respeite a sinalização, ela evita acidentes”; “por favor, aguarde o sinal verde”; “por favor, respeite a fila”; “por favor, aguarde sua vez”; “por favor, caminhe pela direita”; “por favor, ultrapasse quando se sentir seguro”; entre outros. Ah... Outro assunto de extrema relevância. Não sou afeito de chamar de ‘contribuinte’ os que produzem neste país, sejam eles comerciantes, industriais, produtores ou mesmo profissionais liberais. Estes produtores de bens e serviços precisam ser mais bem respeitados do que meros pagadores de impostos. Ouviu? Se todos fossem tratados como merecem seria muito mais humano, não acham? E parem com essa bestialidade de ‘é proibido’, isso não cabe mais no mundo moderno. Por incrível que pareça ainda não li em repartição nenhuma que é proibido aceitar propina. Você já leu essa placa? Nessa sim, seria cabível dizer que é proibido e se o fizesse seria duramente penalizado.