Todos que têm consciência sobre os perigos que causam as festas juninas, uma tradição que se estende ao longo de muitos anos, dignas de admiração, porém, infelizmente, nem tudo envolvendo a festa é motivo de celebração.
Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, os acidentes envolvendo fogos de artifício triplicam no mês de junho, estando neste contexto soltura de balões que tem causado sérios prejuízos de grandes proporções, devido às festas juninas de todo o país.
Nos momentos de festa, as pessoas partem para as alegrias, perdendo ao mesmo tempo um pouco de senso do perigo onde começam aquelas mais entusiastas a transgredir algumas regras básicas de segurança, disse o presidente da entidade Marco Antonio Percope.
Dessa forma, o levantamento efetuado pela referida entidade resultou na campanha de conscientização no que tange aos fogos de artifício, reconhecidos como um espetáculo perigoso e que demanda cuidados essenciais quando da queima de fogos das mais variadas espécies, porém, todos oferecendo circunstância devastadora em caso de acidentes.
Entre os riscos mais verificados no levantamento, figuram queimaduras nos olhos, inclusive com a perda da visão e problemas auditivos gerados pela soltura de certos fogos, além das queimaduras também freqüentes e, dessa forma, mais da metade dos casos de queimadura de mão é em decorrência do uso de fogos de artifício.
Com efeito, cerca de 10% desses casos registram ainda amputação de dedo ou da própria mão. É um problema de saúde pública sério, porque ocorre em todo o país, já que a festa junina faz parte da alegria de todos que aderem a esse festejo, onde o entusiasmo toma conta e se impregna no coração dos apaixonados por esse evento.
Todos esses perigos enumerados até aqui resultaram na morte de mais de 120 pessoas, decorrentes de queima de fogos nos últimos 20 anos, além de 48 mortes que aconteceram na região do nordeste, 41 no sudeste, 21 no Sul e 12 no norte Centro-Oeste, resultando como causa mais comum queimaduras de longa escala, envolvendo o corpo inteiro, o que vem comprovar a necessidade de cuidados especiais no momento em que acontece a queima de fogos.
Na separação por estados, a ordem fica da seguinte forma: Bahía (296 registros de hospitalização em quatro anos), seguido por São Paulo e Paraná (61 casos cada), Ceará e Goiás (165 registros), Rio de Janeiro (97), Santa Catarina (44 casos) e Pará (37 casos), segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Na faixa etária, uma violação da lei é observada, ao verificar o manuseio de fogos de artifício por menores de 18 anos de idade, o que é proibido, mas 23,8% dos acidentes ocorrem com pessoas dessa faixa etária de idade.
Além do que narramos até aqui, especialistas alertam para riscos de acidentes com fogos de artifício em festas juninas, acrescentando a essa situação o fato de que de 2.008 a abril desse ano, 1.382 pessoas em todo o país foram internadas para tratamento de queimaduras provocadas por esses fogos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Durante as festas juninas de 2.010, 168 pessoas foram internadas com queimaduras de alta proporção, o que vem caracterizar os perigos com as referidas festas em todo o Brasil.
Campanhas e mais campanhas em todos os níveis, acreditamos ser uma das soluções, visando, com este objetivo, algumas fórmulas de fazer com que os organizadores de festas juninas adotem critérios de se comemorá-las, evitando que os participantes partam para essa comemoração de uma forma inadequada, que são os perigos que poderão advir, diante da euforia que toma conta dos mais exaltados por essas festividades do mês de junho.
Enfim, o corpo de bombeiros do Distrito Federal alerta que a maioria dos casos de queimaduras em decorrência das festas juninas poderia ser evitada com medidas de segurança, já que boa parte dos acidentes decorre por negligência, portanto, fica este alerta para o bem de todos que se dedicam aos festejos juninos, com votos de que em um futuro próximo hajam maneiras mais adequadas de se festejar este evento junino.