A queda de Pedro Parente da presidência da Petrobras, a princípio surpreendeu milhões de leitores que estão atentos à mídia, porém, após dois anos como presidente da estatal, já se tinha uma previsão de que ele poderia tomar essa decisão desde o início da paralisação dos caminhoneiros,
Apesar de ter realizado um trabalho notável à frente da Petrobras, recuperando o terreno perdido em meio a tantas denúncias e com uma gestão sem a mínima crítica, à vista de irregularidades que a deixaram em uma situação delicada, Parente colocou em prática métodos capazes de exaltá-la nos trilhos necessários e adequados para uma perfeita harmonia perante o governo que confiou em sua habilidade administrativa.
O reajuste dos preços feitos quase que diariamente, oscilando para mais ou para menos, mais para cima do que para baixo, colocou a categoria dos caminhoneiros à beira de uma posição de descontentamento e de uma decisão considerada radical.
O governo já havia sido avisado desde o ano passado que uma greve de grandes proporções poderia se desencadear brevemente se essa postura de reajuste não fosse modificada, para que os referidos profissionais do volante pudessem levar avante suas atividades profissionais e inadiáveis para o bem da própria Nação.
Tudo leva a crer que o governo não levou a sério essa reivindicação da classe dos caminhoneiros, através da federação, nem mesmo fez uma reflexão sobre o que viria pela frente e, como resultado, a greve se tornou realidade de uma forma mais intensiva do que se imaginava, causando bilhões de prejuízo ao mundo empresarial, às indústrias e aos proprietários de granja com a morte de milhares de aves, impedindo o abastecimento ao mercado, principalmente aos supermercados de todo o país.
Pedro Parente, diante da coerência e do seu ponto de vista, voltados à situação em que chegou a Petrobras, optou pelo melhor caminho que se ajustou à sua visão e ao seu pensamento, que foi a renúncia, porém, um gestor, por melhor que seja, não suportaria o clima em que chegou a estatal, à vista dos preços que se verificam nas bombas de combustível.
É certo que fica inviável aos caminhoneiros que transportam cargas pelas regiões diversas e distantes do país, pagando um preço até certo ponto abusivo pelo diesel, além do fato de que sem consumidor não há consumo e que nenhuma empresa se sustenta sem o serviço de transporte, principalmente esse que teve sua paralisação durante alguns dias, o suficiente para inviabilizar o andamento normal do complexo empresarial.
Além do que já narramos até aqui e com as consequências terríveis de uma greve que se alastrou por todo o país, tanto para as empresas quanto para aqueles que necessitam e dependem do combustível para a sobrevivência, seja ela de forma direta ou indireta, pagaram por um preço alto essa paralisação, diante das necessidades prementes de locomoção em todos os sentidos, estando neste contexto a inevitável tarefa profissional dos vários segmentos que compreendem o transporte diário de todos.
É de se esperar nova mentalidade dos homens que dirigem a política, visando novas experiências que determinem novos métodos em consonância com as reivindicações da classe dos caminhoneiros, porque provou com sua força a possibilidade de outros movimentos grevistas e que não vêm ao encontro de todos que desejam o progresso e o desenvolvimento do país.