Prof. Dr. Daniel Carreira Filho
Talvez muitos dos leitores tenham conhecimento sobre o que vamos, neste despretensioso texto, tentar exprimir nosso sentimento em terra Brasilis.
Em nossa passagem pelo país do Sol Nascente tivemos a oportunidade de participar, no dia 29 de abril de 1982, da cerimônia do aniversário do Imperador Hiroito que se realizou com uma multidão no pátio onde o máximo representante da dinastia se apresentaria.
Nossa percepção do fato vivido ocorreu apenas dois dias após quando pudemos dialogar com um professor da Universidade Kokushikan, conhecedor da cultura nipônica e dedicou sua atenção ao Gaikoku hito1.
O que vimos foi que em meio á plateia que assistia a apresentação do imperador algumas pessoas, e não foram poucas, não se curvaram no momento da aparição de Hiroito. Embora extremamente curioso, não ousamos perguntar o motivo da reação dessas pessoas.
Meu orientador explicou que, no Japão, a categoria dos professores é a única que não precisava curvar-se perante o imperador por serem extremamente valorizados e respeitados naquela cultura.
O que vemos em nosso país nos últimos tempos? Os professores são desvalorizados, ridicularizados, submissos aos interesses de políticos inescrupulosos interessados em prejudicar a formação de nossos filhos e netos de forma a perpetuar a baixa qualificação de uma nação.
Vemos, com pesar, charges postadas em diferentes meios de comunicação que apontam o desrespeito com que são tratados todos os professores e em todos os níveis de ensino. Ora pelos pais, ora pelos próprios alunos, chegando ao cúmulo de agredirem seus professores em sala de aula, como recentemente apresentado na televisão brasileira.
Assim se destrói um povo com a agilidade que interessa apenas aos que, desprovidos de formação humanística, atingem postos de comando em nosso combalido país.
Enquanto assim vivermos, lamentavelmente, conviveremos com sucessivos fracassos em todos os setores de nossa sociedade. Ou não?