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Pablo Dávalos – (Foto:Graduando em Engenharia de Produção)
É natural quando estamos conhecendo alguém, espontaneamente surgir a seguinte pergunta: Você pertence a alguma religião? Caso sua resposta seja sim, imediatamente a próxima pergunta é: a qual templo, salão, igreja você vai? Acredito que isso já ocorreu inúmeras vezes com você. Acontece que hoje a religião, é na maioria das vezes considerada a candidata ideal à diferença entre os seres humanos, uma fonte de conflito, contenda, desentendimento, capaz de causar inimizades entre desconhecidos sem ao menos saber inteligentemente o porquê. Costumo definir religião, independente das inúmeras existentes, como um conjunto unificador da sociedade, que através da associação de normas e valores fundamentadas na aceitação de algo maior que nós, possui a capacidade de nos reger e guiar. A pluralidade religiosa e existência de deuses ganhou importância quando, milhares de anos atrás, os homens procuravam as divindades em troca de favores e soluções para situações diversas. Se estudarmos um pouco de mitologia, compreendemos que o homem prometia devoção aos deuses em troca do domínio de terras, aquisição de posses, entre outras coisas. Não diferente do evangelho, nas Sagradas Escrituras, observamos os muitos holocaustos oferecidos para Deus em troca de benevolências, desde indulgências para os pecados até pedidos de bênçãos. A Palavra politeísta é a derivação de de duas palavras gregas, poli que significa muitos e theos que significa deuses. As religiões politeístas surgiram no mundo para satisfazer a necessidade do homem de louvar e glorificar a existência de diversos deuses, que em troca, comprometer-se-iam em resolver suas dores de cabeça, já seja para vencer guerras, ter saúde e mais anos de vida, ou simplesmente proverem chuvas para abençoar a colheita de suas plantações. Hoje em dia, após dois milênios de reforma de pensamento teológico, a religião monoteísta domina e azucrina o politeísmo, o condena como uma forma de culto ignorante e pueril. Algo insensato, pois muitas vezes não possuímos o conhecimento histórico da humanidade e o embasamento ideológico por trás da aceitação do politeísmo, que juntamente com o animismo, expandiram-se em um mundo que refletia sobre a relação entre humanos e deuses. O que quero explicar é que a ideia politeísta nos leva a uma tolerância religiosa imensamente superior comparada à ideologia monoteísta, considerando entre muitos fatores por exemplo, o fato do politeísmo não negar de maneira alguma a existência de um único poder que rege o universo inteiro. O assunto é complexo o suficiente para, simplesmente sem nenhuma interpretação, nos sentirmos no direito de travar diferenças ideológicas com nossos próximos por uma resposta que vá em desencontro com aquilo que acreditamos ou deixamos de acreditar. Particularmente sou Cristão, e acredito em Cristo e Seu evangelho de amor, compaixão e fé. Mas através de pouca leitura como hobby pude ver que muitos semelhantes a nós, seres humanos, foram mortos por pretextos religiosos ao longo de dezesseis séculos exclusivamente por diferença de opinião ou interpretação. Escrevendo este artigo, não posso deixar de mencionar como exemplo o conhecido Dia do Massacre de São Bartolomeu, onde incentivo aos leitores a procurar sobre o acontecido naquele dia na França em 1572, onde foram roubadas mais de dez mil vidas em menos de 24 horas, devido à discordância e guerra entre católicos e protestantes. Em meus momentos de reflexão me faço perguntas clichês como: Por que existe o mal neste mundo? Por que crianças sofrem, por que pessoas boas sofrem consequências causadas por pessoas ruins? Acredito que a maioria dos desejos e medos do mundo não fazem sentido, quando refletimos sobre estas questões. Ao observar o mundo apenas vemos a necessidade atual por riqueza e poder, conhecimento pífio, construção de casas ou mansões, mas não importa o tanto que o homem consiga, ele quer sempre mais. O pobre sonha com riqueza, quem possui 10 milhões não descansará em paz até ganhar 100 milhões. Dificilmente os mais favorecidos estão satisfeitos. O homem atual vive assombrado por medos, e é protagonista das mais terríveis situações mentais, algumas vezes é vítima de doenças depressivas e seu caminho pode chegar ao fim e quando não, a idade avançada ou a vida lhes proporciona uma trajetória amarga. Aquilo conquistado nesta vida se vai, uma corrida alucinante por carreiras sem sentido. Concluo então que o sofrimento, pouca ou nenhuma relação tem com a má sorte terrestre, injustiças celestiais ou sociais, e até mesmo por escolhas religiosas, mas sim por padrões essenciais e comportamentais criados por nossas próprias mentes e desejos. Sempre costumo dizer que Deus não se mete nos problemas dos homens, ou seja a existência do poder supremo é distante e ocupada demais para se preocupar com necessidades mundanas sem sentido criadas por nossos próprios cérebros. Portanto, o ponto aqui é: por que perder nosso tempo com desavenças sem sentido algum? E o que ganhamos com isso? Ser praticante de alguma religião e confrontar o próximo com nossas crenças são eventos mutuamente excludentes. Desde quando minha ou a sua religião tem que ser melhor uma que a outra? Somos dotados de sabedoria e inteligência inigualável comparada com qualquer outro ser vivo de outra espécie na face da terra, somos o auge da evolução humana e ao mesmo tempo mostramos nossa insignificância quando somos contrariados. Amor, paz e união, o alicerce para a felicidade, amar o próximo como a ti mesmo, uma tarefa que continua sendo muito difícil após dois mil anos.
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