Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Na última semana a mídia brasileira foi tomada pela notícia: a taxa Selic foi derrubada de 6% para 5,5%, a menor da história do país. Mas o que é essa taxa e como ela pode impactar a sua vida?
A taxa Selic é considerada a “taxa-mãe” dos juros do país: ela influencia os empréstimos, os financiamentos, o crédito e os investimentos. Se esse índice está mais baixo, isso significa que ficou mais “barato” contratar empréstimos e financiamentos. Já para os investidores da renda fixa, uma das modalidades de investimento do Brasil, o cenário fica mais desinteressante, pois a rentabilidade desses investimentos também diminui, acompanhando a taxa.
Economicamente, existem consequências para o mercado como um todo: derrubar as taxas de juros do país significa estimular o consumo e reaquecer o mercado, promovendo uma retomada de confiança na economia como um todo. Além disso, o empreendedorismo também é estimulado, o que provoca a abertura de novas empresas e a competitividade. Isso é interessante porque nós, consumidores, passamos a ter acesso a produtos e serviços de mais qualidade, consequência dessa disputa entre as empresas.
Quanto aos investidores, com a perda da atratividade da renda fixa, parte destes acaba migrando para a renda variável: mais dinheiro circulando na bolsa de valores significa mais captação das empresas, o que gera seu crescimento, contribuindo para um cenário mais positivo e esperançoso para a economia do país como um todo.
Outro efeito que deve ser citado é do ponto de vista do Estado: os custos e rolagem da dívida pública também diminuem, além dela crescer em ritmo mais lento.
É claro que derrubar a taxa Selic é só uma das estratégias de retomada do crescimento econômico, dentro de uma série de outras reformas que precisam ocorrer para que, de fato, a economia do Brasil volte para um estágio significativo de crescimento.
Mas como isso impacta sua vida, além do consumo? Se você adquiriu uma dívida até 2017, seja por financiamentos ou empréstimos, é possível tentar renegociar os juros dessa aquisição. Entre 2015 e 2016, a taxa Selic estava em torno de 14%, então os juros desses serviços contratados nessa época eram muito altos. Hoje, a 5,5%, você pode conseguir renegociar sua dívida a juros menores.
Já você que está pensando em fazer um financiamento ou um empréstimo porque a taxa de juros caiu, tome cuidado: contratar esses serviços pode não ser interessante. Existem outras variáveis que você deve considerar: sua realidade financeira; a organização e flexibilidade do seu orçamento; entre outros.