Dia desses recebi de um superamigo uma mensagem no celular que dizia “se está ruim para nós (calor), imagine para a classe pobre”. Por um instante refleti sobre isso e resolvi colocar no papel o possível significado dessa tão indesejada classe pobre segundo minha ótica. Quem faz parte dessa classe? Eu? Você? Todos nós? Sei não... Refletindo melhor, quando você pergunta a um trabalhador que ganha o salário-mínimo se ele está satisfeito, feliz, a grande maioria diz que sim. É lógico que ele gostaria de ganhar mais. Isso é inquestionável. Todo mundo tem essa reação. Ganhe o que ganhar você gostaria de ter um salário melhor. Todo mundo aspira estar em melhores condições de vida. Quem não se contenta com o que tem também não se importaria em sacrificar outros para viver melhor. Até mesmo um contrabandista de aviões diria que está aguardando uma aeronave moderna, projetada para entrar no mercado em 2030, para poder contrabandeá-la. Infelizmente funciona assim.
Mas, quem faz realmente parte da classe pobre? Eu diria o “insatisfeito”. O boia-fria eu não acredito! Ele devora sua marmita antes mesmo do relógio marcar onze horas, comodamente sentado no chão, diga-se de passagem. Esquentou a marmita como pode ou levou uma marmita térmica. Então, será mesmo ele da classe pobre? Não acredito totalmente nessa ideia. Classe pobre para quem vos escreve é o ausente de sonhos, de fé, de esperança. Talvez um incrédulo pudesse pertencer a essa classe. Um pai e uma mãe que cuidam de um filho sem nenhuma condição de movimentos, dependendo totalmente deles, eu diria que pertencem a uma classe menos favorecida.
Uma pessoa que perdeu a fé pelos mais diversos caminhos dos tropeços, pertenceria com certeza à classe pobre. Uma criatura numa cama vivendo de forma indesejável e a família sem esperança alguma, eu não teria dúvida dessa pobreza. Classe pobre ou classe rica são situações relativas. Não estou dizendo aqui que milhares de famílias brasileiras não vivem abaixo do nível da decência. Isso é fruto de ações planejadas de uma classe social que não tem pudor naquilo que administra.
Se for político, não tem escrúpulos com a sociedade como um todo. É um aproveitador em potencial. Se for empresário, nem sempre faz opção de pagar um salário decente, aproveitando-se do poder de negociação com registros em carteira abaixo do real valor. Carteira de trabalho? Tem documento mais sem vergonha e mentiroso que esse? Pois bem, falemos da “classe pobre” que é o meu propósito. Um dos maiores pilotos de fórmula 1 vive hoje de forma vegetativa, família das mais abastadas deste planeta, isso sim eu diria estarem eles num verdadeiro estado de pobreza, justificando a permanência na “classe pobre”.