Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Qual é a sua relação com as suas finanças? Você consegue alcançar suas metas financeiras? Sabe que precisa poupar todos os meses, mas existe uma “força” que te impede de fazê-lo? Acaba gastando com o que não precisava e depois se arrepende? Saiba que esses são sentimentos que a maioria dos brasileiros tem, e é tudo culpa do SEU cérebro.
O nosso “modelo”, ou seja, nossa relação com o dinheiro é formada no nosso subconsciente durante o período da primeira infância. Isso significa que ele depende do que você ouviu e vivenciou dos adultos que estavam ao seu redor nesse tempo. Por exemplo, se você ouvia que ser rico era ruim, que “pessoas ricas não são felizes”, você certamente tem isso enraizado no seu subconsciente e, por isso, acaba gastando tudo o que você ganha, pois tem certa “aversão” ao dinheiro. Esses comportamentos também estão ligados a acontecimentos mais traumáticos.
Além desse modelo de dinheiro formado no seu subconsciente, existe um comportamento “padrão” do nosso cérebro, estudado por neurocientistas, que demonstra como reagimos diante de situações estressantes, incluindo as financeiras. Nosso cérebro é dividido em três partes básicas: o cérebro reptiliano, responsável por nossa sobrevivência (como o controle dos batimentos cardíacos) e pelo instinto; o cérebro límbico, que cuida das nossas emoções afetivas e a memória e nosso néocortex, a parte racional: nossos pensamentos, esperança e empatia.
O reptiliano e o límbico são chamados de “cérebro animal”, enquanto néocortex é nosso “cérebro racional”. Em uma situação de estresse financeira ou uma tomada de decisão de compra, por exemplo, o néocortex, que seria nossa decisão racional, é bloqueado pela parte animal. Isso quer dizer que tomamos decisões relacionadas ao nosso dinheiro de forma emocional e impulsiva. Sabe aquela compra que você se arrependeu assim que chegou em casa? Pois é, seu cérebro te sabotou! Mas isso tem solução! Basta treinarmos nosso néocortex para que ele assuma a liderança da decisão.
Fica aqui um desafio: antes de decidir por comprar algo ou não, experimente sair da loja e dizer que voltará mais tarde. Ao fazer isso, você está dando tempo para seu néocortex assumir seu papel e tomar a decisão com racionalidade, avaliando as vantagens e desvantagens dessa compra, sem influências emocionais. Se você treinar essa habilidade, vai perceber o quanto seu consumo passará a ser mais consciente e de qualidade!