Leonardo Azambuja (Foto: Reprodução)
A Coenzima Q10 é uma benzoquinona (C6H4O2) presente em praticamente todas as células do organismo. No entanto, por sua participação na produção de ATP (energia), ela é mais concentrada em órgãos de grande demanda energética. Entre eles estão o coração, o cérebro, os rins e o fígado.
Também é considerado um potente antioxidante intracelular, protegendo a estrutura das células da destruição da própria parede celular causada pelos radicais livres produzidos diariamente pelo metabolismo energético. Além disso, estimula a biogênese mitocondrial – ou seja, a produção de novas mitocôndrias dentro das células.
Ubiquinona ou ubiquinol, qual é a melhor forma para a CoQ10?
Nenhuma forma de CoQ10 é inferior, inativa ou menos eficaz. Ambas são necessárias no organismo, onde são constantemente convertidas uma na outra.
Quando no interior do organismo, a CoQ10 alterna entre as duas formas. Isso ocorre em um ciclo contínuo, de acordo com a necessidade do próprio corpo. Portanto, quando se toma ubiquinol, este pode mudar para ubiquinona e vice-versa.
Quando a suplement1ação com Coenzima Q10 pode ser recomendada:
– Pessoas que fazem uso de estatinas para combater o colesterol têm uma supressão da síntese de coenzima Q10 no corpo. Diversos estudos indicam uma relação entre a baixa concentração plasmática de coenzima Q10 e a doença arterial coronariana. Além disso, nessas pessoas há risco de prejuízos para o sistema antioxidante e para a produção de energia a nível celular.
– Estudos mostram que, com os radicais livres sob controle e com mais energia nas células, há um aumento nas chances da mulher gerar óvulos saudáveis, a fertilidade feminina é impulsionada.
– Reforçar os sistemas de defesa: Quando em situação de estresse oxidativo, há uma maior demanda pela coenzima, que tem função antioxidante. A CoQ10 também inibe o início e interfere na propagação da oxidação de lipídios e proteínas, uma propriedade não encontrada em outros antioxidantes.
Potenciais benefícios da suplementação com Coenzima Q10:
– Acelerar a recuperação de cirurgias: a CoQ10 melhora a resposta ao trauma cirúrgico. Um estudo mostrou que a suplementação de coenzima Q10 pode aumentar significativamente a capacidade antioxidante e reduzir os níveis de marcadores inflamatórios em pacientes que se recuperam de uma cirurgia.
– Melhorar o desempenho esportivo: a coenzima pode aumentar a quantidade de energia disponível para os músculos. Pesquisa mostra que a administração oral de coenzima Q10 é capaz de reduzir a sensação de fadiga e aumentar o desempenho físico durante exercícios.
– Atenuar os sintomas da fibromialgia: estudo mostrou a relação entre suplementação com CoQ10 e redução dos sintomas de fibromialgia como dor, ansiedade e depressão. Também foi registrada uma diminuição em relatos de fadiga crônica e cansaço matinal.
– Controlar insuficiência cardíaca: estudos relatam que os níveis de CoQ10 tendem a diminuir no miocárdio de pacientes com insuficiência cardíaca. Testes de suplementação com CoQ10 relataram melhorias nos parâmetros funcionais do coração em pacientes com esta doença.
Efeito adicional:
Estudos apontam a CoQ10 como um agente terapêutico potente para a enxaqueca, atenuando sua duração e frequência.
Fatores que reduzem a produção de CoQ10
O nível de CoQ10 no corpo pode sofrer redução por uma série de fatores. Entre eles:
1) Declínio natural pela idade;
2) Situação de estresse oxidativo;
3) Dieta rica em carboidratos simples;
4) Tratamento com estatinas;
5) Prática esportiva intensa
A suplementação com CoQ10 pode ser recomendada para pessoas que enfrentam estes cenários.
Leonardo Azambuja é médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável