Destituído da função de relator do processo que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) desabafou nesta quarta-feira (9) sobre as ameaças sofridas quando elaborava parecer pela continuidade das investigações. Ele afirmou que teve medo de ser morto e que hoje anda com escolta policial e carro blindado.
Pinato se emociona ao falar do assunto. Nesta quarta (9), o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, determinou a substituição de Pinato na relatoria do processo. Ele atendeu questão de ordem formulada pelo deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), segundo a qual Pinato não poderia exercer a função porque é do PRB, sigla que compôs a chapa de Cunha na eleição para presidir a Casa.
O líder do PRB na Câmara, deputado Celso Russomanno (SP), anunciou que vai recorrer ao plenário da Casa, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a substituição de Pinato.
“Cheguei a pensar que poderia morrer, sim. Eu fui abordado em aeroporto. Meu motorista foi abordado por pessoas desconhecidas. O que eu passei eu não desejo a ninguém. Me abordaram pedindo para eu pensar na minha família, dizendo que tenho filho pequeno, que tenho família”, relatou Pinato. O deputado afirmou que fez um boletim de ocorrência, em São Paulo, relatado as ameaças e pediu discrição ao secretário de Segurança do estado.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) decidiu, no início da noite desta quarta-feira, indicar o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) como novo relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Após ser escolhido para a relatoria, Rogério disse que, apesar de ser favorável à continuidade das investigações envolvendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele “não tem lado”.