Carlos Henrique Lunna foi preso no Jardim Nazareth, em Rio Preto; ex-goleiro do América nega envolvimento nas fraudes
O ex-goleiro do América Carlos Henrique Franco Lunna, de 33 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (6) no Jardim Nazareth, em São José do Rio Preto (SP), por policiais da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), que faz parte do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A prisão faz parte da operação da Polícia Civil que investiga fraudes em resultados de jogos de futebol em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. A operação, denominada Game Over (fim de jogo), cumpre 10 mandados de prisão temporária e dois mandados de busca e apreensão na Capital paulista, Bauru, São José do Rio Preto, Sorocaba, Ceará e Rio de Janeiro. Até o momento sete pessoas foram presas.
O objetivo da operação é desarticular o grupo suspeito de fraudar resultados de partidas de futebol das séries A2, que corresponde à segunda divisão, A3, terceira divisão e B, quarta divisão. A operação continua em andamento e o inquérito está sob segredo de Justiça.
Segundo a polícia, a quadrilha comprava treinadores e atletas para manipular os resultados. "Não sei nem o que estão fazendo. Agora, tem que ver as pessoas que têm 'rabo' preso', que são culpados. Nunca ganhei nem R$ 1, sou honesto, não tenho nada a ver com isso. Tem que ver os grandes. Passei pelo América, fui goleiro. Sempre fiz as coisas e ajudei as pessoas, estou sendo preso porque liguei para as pessoas, empreguei jogadores e tenho acesso bom com todos. Nunca manipulei nada", afirma Carlos Lunna.
A polícia não informou qual seria o papel do ex-goleiro do América na quadrilha. Segundo os investigadores, existem gravações de grampos telefônicos que apontam a participação de Lunna no esquema, o que ele nega.
Lunna foi preso temporariamente por cinco dias e foi levado para a Capital, para prestar esclarecimentos. Atualmente, o América disputa a segunda divisão do Campeonato Paulista.
Em Bauru duas pessoas também foram presas na operação, mas a polícia não divulgou detalhes das prisões. Foi informado, apenas, que os dois presos não fazem parte de nenhum clube de futebol. Eles foram levados para a capital.
Game Over
A investigação durou cinco anos e apurou que o placar era manipulado para beneficiar apostadores asiáticos, que faziam apostas pela internet. A propina para pagar os técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia.
Máfia do apito
Em 2005, o escândalo da Máfia do Apito veio à tona. Árbitros foram acusados de manipular resultados de partidas dos principais torneios nacionais para ajudar apostadores a lucrarem com os placares encomendados. No centro do escândalo, o juiz Edílson Pereira de Carvalho, um dos dez que utilizavam o escudo da Fifa no país, foi preso. Várias partidas do Campeonato Brasileiro da Série A que já tinham sido disputadas foram canceladas e realizadas novamente.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba