A pandemia adiou o sonho do atleta de 20 anos, que integrou a Seleção Paralímpica e segue treinando para a próxima convocação
Érik Bailon de Souza Oliveira quando conquistou seis medalhas nos Jogos Parapan-Americanos, em São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
De campeão dos Jogos Regionais à revelação dos Jogos Parapan-Americanos, em menos de cinco anos. Foi assim que surgiu a promessa e o maior nome da natação votuporanguense, Érik Bailon de Souza Oliveira. Com apenas de 16 anos, o atleta já tinha conquistado seis medalhas no torneio internacional: três ouros, duas pratas e um bronze, e já treinava e projetava sua participação na Paralimpíada de Tóquio.
Com altas expectativas, Érik treinou por dois anos junto à Seleção Paralímpica de Jovens, em São Paulo [capital], na busca de conquistar os índices para chegar ao torneio mais importante do mundo. Em 2020, ele voltou para treinar em Votuporanga e nesse meio tempo o sonho foi adiado diante da pandemia da Covid-19.
“Foi uma experiência muito boa estar na Seleção de Jovens, aprendi muita coisa. Principalmente em conviver com quem já tinha ido para as Paralimpíadas passadas, foi incrível e não me arrependo. Não consegui me adaptar muito bem à forma de treinos de lá, e voltei para Votuporanga. Veio a pandemia que parou por alguns meses, não consegui treinar. Estamos voltando agora e infelizmente não consegui fazer o tempo para poder ir [para Tóquio], mas estamos treinando firme e no projeto”, disse o atleta, em entrevista exclusiva ao
A Cidade.
O atleta relatou que ficou por meses parado, em meio às incertezas e aos surtos de Covid, quando realmente voltou, já não alcançava os mesmos índices de antes. Mas hoje, com 20 anos e de volta às piscinas ele relatou que já retomou os tempos que fazia anteriormente, e que a meta é diminuí-los ainda mais. “Vou continuar treinando focado e firme, acredito que irei conseguir. Voltamos já. A intenção é não parar continuar até a próxima. Uma hora vai dar certo”, completou.
Mas a vontade e a motivação, principalmente, por parte da família não faltou desde o início de sua trajetória, em 2007. Érik entrou pela primeira vez na piscina para fazer um tratamento, por conta de uma paralisia cerebral, que afetou diretamente no desempenho de suas pernas. Já em 2008, ele começou a focar nos treinos pela Nado Livre e logo em 2014 participou de sua primeira competição: os Jogos Regionais.
“Foi onde eu vi que era isso que eu quero. Vou continuar firme até conseguir alguma coisa boa. Comecei pela fisioterapia e o Xaninho [treinador] viu um potencial em mim, ali mesmo me colocou para treinar. Depois passei para as equipes de treinamento de Votuporanga”, relatou o nadador.
Nascido e criado em Votuporanga, de família simples, Érik só se deu conta da seriedade e de sua carreira meteórica, quando foi chamado para o Parapan-Americano, em 2017 e conquistou ouro nos 100m Costa, 50m livre e o revezamento 4x100m Medley, prata nos 100m livre e revezamento 4x100m livre, bem como bronze nos 100m peito. “Foi muito maior do que imaginava, foi tudo muito rápido”, finalizou.