No período da tarde, as equipes fizeram exercícios no rio Turvo, em Pontes Gestal
Alex Pelicer
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Militares do Corpo de Bombeiros de todo Estado de São Paulo, que estão participando de atividades de mergulhos em Votuporanga, realizaram na manhã de ontem, um dos últimos treinamentos antes da formatura dos novos mergulhadores. Os exercícios foram realizados, na parte da manhã, na represa da Saev, próximo ao Horto Florestal e, à tarde, no rio Turvo, em Pontes Gestal.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Alex Brito, nos exercícios de ontem, mergulhadores encontraram as duas situações mais complexas no mergulho. “Na represa da Saev, a visibilidade era zero. Já em Gestal, as maiores dificuldades são as corredeiras”.
Brito explica como os mergulhadores são coordenados quando estão sem visibilidade. “Usamos a técnica chamada caminhada pelo píer. Um bombeiro fica no barranco e os dois mergulhadores submergem. Como eles não têm visibilidades, a orientação é a corda. Então o guia percorre do lado de fora um trecho e dá dois puxões e libera dois metros de corda. E assim é feito. Até localizar o objeto ou cadáver”.
Durante os exercícios na represa da Saev, foram arremessados quatros aros de ferros em pontos da represa. Em seguida, os mergulhadores tinham instruções de onde as peças estavam. “É como em uma operação de resgate real, chegamos ao local e perguntamos onde a vítima estava, quando desapareceu e dali em diante, começamos nossos trabalhos de busca e resgate” disse Brito.
“Como a visibilidade é zero. Não faz diferença se você está com os olhos abertos ou fechados. O mergulhador vai praticamente com a cara na lama, fazendo a varredura no fundo do rio. Como o fundo é barro, os objetos e, no caso, se fosse um cadáver, tendem a afundar na lama. Daí a necessidade de estar tão próximo ao fundo”, relata o tenente.
No período da tarde os treinamentos foram realizados no rio Turvo. “As corredeiras são uma dificuldade a mais que cada mergulhador terá de superar. Durante os 45 dias de curso, além de instruções, são realizados exercícios com apoio de aeronaves, no caso helicóptero Águia, mergulhos noturnos, em grandes profundidades (45 metros), em mar aberto. Assim, ao se formar, o bombeiro estará apto a realizar salvamento ou resgate em qualquer ambiente”, diz Brito.
Nesta sexta-feira, chega ao fim o treinamento da 45ª turma de mergulho. Participaram das atividades, em Votuporanga, 16 bombeiros de todo o Estado de São Paulo.