Número pode ser ainda maior porque muitas não levam caso à polícia; órgão promove, a partir de amanhã, Semana de Combate
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O Creas (Centro de Refe rência Especializado de Assistência Social) promove a partir de amanhã a Semana de Combate a Violência Contra a Mulher. O órgão atende 390 famílias no Serviço de Atendimento à Mulher Vítima de Violência de Votuporanga. Mas o número pode ser ainda maior.
Segundo Ariel Augusto B. Gonzales, assistente social e Débora P. T. Nunes, psicóloga do serviço destinado a essas vítimas, este dado está muito abaixo das ocorrências de violência doméstica, já que inclui apenas as mulheres que, após receberem a carta convocação, compareceram a reunião sócio-jurídica e aderiram as atividades do Creas.
Eles explicaram que as violências moral e psicológica são as mais comuns, pois costumam estar presentes mesmo quando existem outros tipos de agressões. No entanto, também é bastante frequente a física. “É importante compreender que quando a violência se estabelece na relação, ela não fica limitada a um contexto apenas, mas passa a influenciar toda a complexidade familiar”, frisaram.
Procedimentos
O Creas, ao receber o encaminhamento ou solicitação de acompanhamento para o Serviço Mulheres Vítimas de Violência, envia uma carta convocação, da reunião sócio-jurídica para as novas mulheres inscritas. Nesta reunião, as atendidas recebem esclarecimentos sobre a lei Maria da Penha e o acompanhamento oferecido pelo Creas. Ao final da reunião é oferecido às participantes a opção de continuar o acompanhamento ou não. “Enfatizamos a importância deste acompanhamento, porém, fica a critério de cada uma das mulheres fazê-lo”, ressaltaram.
A equipe procura desenvolver um acompanhamento atento às necessidades da família. Assim, verifica-se dentro das questões emocionais, habitacionais, educacionais, profissionais e de saúde, quais orientações e encaminhamentos podem ser realizados. Somam-se a isso atividades como: atendimentos individuais e em grupo, passeios culturais, oficinas, visitas domiciliares, visando auxiliar a família a encontrar seu próprio modo de manter uma relação de companheirismo, confiança e apoio mútuo, investindo em suas potencialidades e em seu meio familiar e social.
Denúncias
Ariel e Débora ressaltaram que a denúncia oferece à família a oportunidade de romper o ciclo de violência. “A vítima normalmente teme a denúncia por diversas razões e acredita que, em algum momento, as coisas podem melhorar sozinhas. Porém, somente com o reconhecimento do problema e a busca de ajuda, é possível iniciar o processo de recuperação da família, de responsabilização do agressor por suas atitudes, e de comprometimento de cada um por tentar melhorar sua qualidade de vida, seu relacionamento e seu lar. Denunciar demonstra real desejo de mudança, de cuidar de si mesmo e de sua família”, enfatizaram.
Saiba mais sobre a Semana
A data é lembrada internacionalmente na segunda-feira com o propósito de refletir a respeito da violência doméstica e de gênero.
Durante a semana, pessoas que estiverem nas unidades de saúde e na Praça São Bento (durante a feira livre de quinta-feira) e a Praça Cívica (na manhã de sábado) receberão materiais informativos que divulgarão o serviço prestado pelo Creas às mulheres vítimas de violência.
Outras informações pelo (17) 3421-6892. A unidade atende em novo prédio, na rua Leonardo Commar, 1.636, na esquina com a rua João Eugênio Barbosa, no Jardim Santa Iracema.