Hospital está preparado com estrutura física, humana e material para atender os acidentes com animais peçonhentos
Karolline Bianconi
Moradores do Jardim Colinas, na Zona Norte da cidade, reclamam que a região está cheia de escorpiões.
“Não aguentamos mais tantos escorpiões por aqui, já matei um monte, não sabemos mais o que fazer. Estamos abandonados no bairro, são terrenos cheios de mato, pernilongos e, agora, animais peçonhentos. Já picaram minha sobrinha, na semana passada, e também meu cachorro”, comentou Gecélia Martins.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, somente no município, de janeiro a novembro deste ano, foram realizados 166 atendimentos a notificações de escorpiões.
Já na Santa Casa de Votupo-ranga, que é referência para 17 municípios da região, em 2012, foram 90 casos, sendo que 76 devido a picadas de escorpiões. Em 2013, até a presente data, foram 57 atendimentos e 45 deles, ocorridos com escorpiões.
O hospital está preparado com estrutura física, humana e material para atender os acidentes com animais peçonhentos. De acordo com o enfermeiro especialista em Urgência e Emergência da Santa Casa, George Yunis, as situações mais comuns são com escorpiões amarelos, característicos da região, que provocam dor intensa no local da picada. Em caso de acidente com animal peçonhento, a orientação é que a vítima seja levada imediatamente para o Pronto Socorro para ser medicada com o antídoto e receber o tratamento adequado. Geralmente, em casos de pessoas adultas picadas por escorpiões amarelos, os pacientes recebem a medicação e permanecem por algum tempo em observação no hospital. Já em crianças, é necessária internação para um acompanhamento mais cuidadoso.
Vacina
A Santa Casa possui estoque para atender toda a demanda causada por acidentes com animais peçonhentos. A população pode ficar tranquila quanto a isso. Automaticamente quando é usado o antídoto, a Secretaria Municipal de Saúde é acionada e notificada, que imediatamente realiza a reposição do medicamento para o hospital.
Retirada
Os escorpiões, que forem encontrados, devem ser colocados cuidadosamente em uma lata ou recipiente plástico e encaminhado ao setor de Endemias e Zoonoses. Não é recomendado o uso periódico de inseticidas para matar escorpiões, pois eles podem ocasionar intoxicações em pessoas e animais. Só nos focos de infestação, a dedetização pode ser utilizada como medida de emergência, pelos profissionais da área.
O ideal é fazer inicialmente uma faxina no local, usando botas e luvas de cano longo. Deve-se revirar cuidadosamente e examinar com atenção todo material que possa servir como alojamento.
Em caso de picada, a vítima deve procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mini-hospital ou Santa Casa. A picada pode provocar dor intensa que, aos poucos, se espalha, podendo ocasionar febre, vômitos e suor intenso, agitações nervosas, arritmia cardíaca e dificuldades respiratórias.
O grupo de maior risco em acidentes são crianças, idosos e pessoas alérgicas.