Informação é do juiz da Vara da Infância e Juventude, José Manuel; garoto espancado, possivelmente pelo padrasto, já teve alta
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga tem sete crianças que estão fora do convívio familiar por terem sido vítimas de maus-tratos. A informação foi transmitida pelo diretor do Fórum e titular da Vara da Infância e Juventude da cidade, José Manuel Ferreira Filho.
Estes menores estão acolhidos em locais que são mantidos em sigilo pela Prefeitura, uma vez que estiveram em situação de risco, seja por vários motivos que caracterizam violência doméstica: abandono por parte dos pais para usarem drogas, ausência de alimentação diária, entre outros fatores.
O juiz explicou que, apesar disso, não significa que as crianças estão disponíveis para adoção. “Agora não temos menores disponíveis. Existe o acolhimento, mas nenhum em situação que leve para adoção”.
Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, uma criança vítima de violência não está sujeita, obrigatoriamente, à adoção. Em primeiro lugar, é feito um trabalho de resgate da família, mas se o esforço das assistentes sociais e psicólogas do Poder Judiciário, aliado aos projetos da Prefeitura, for em vão, o caso pode tomar novos rumos. Em Votuporanga, existem 30 pessoas interessadas na adoção de crianças. A lista está no Fórum.
Agressão
José Manuel adiantou que o caso da criança de 3 anos agredida há 15 dias, possivelmente pelo padrasto, corre sob segredo de justiça, mas cedeu algumas informações para o jornal A Cidade para maior esclarecimento ao público.
Em relação ao padrasto, que seria o principal suspeito, foi registrada a ocorrência por parte do Conselho Tutelar.
“O fato será investigado. O Ministério Público verificará qual caminho a ser tomado: arquivamento ou denúncia para instauração de processo criminal”, disse.
O juiz explicou que nestas situações de violência a primeira ação a ser feita é reinserir a criança ainda no meio familiar, diferente dos que muitos pensam em que a retirada brusca para a adoção seria a alternativa.
“Também tentamos até o retorno com a mãe biológica, quando a agressão vem por parte dela. Às vezes, durante a apuração dos fatos, descobre-se que nem tudo aconteceu da maneira que falaram. Há, sim, uma investigação para saber o que ocorreu”, explicou José Manuel, para a reportagem.